TOURADAS

>> sábado, 28 de fevereiro de 2009




Num circo macabro com platéia sádica, touros são furados para sentir muita dor e com isso reagirem de forma agressiva e proporcionar um espetáculo de horror que deveria sem banido para sempre


Na Espanha, em Portugal e também na Bolívia, ocorre uma vergonha mundial: as touradas.
O pobre animal vê seu tormento encerrado com a morte... ali frente a uma turba inexplicavelmente feliz...
Em Portugal a lei proíbe a morte do touro, mas em Barrancos, junto à fronteira com a Espanha, em nome da tradição, esta prática é mantida a despeito das leis.
Em julho, na Espanha, comemora-se a festa de São Firmino. Os touros são soltos pelas ruas da cidade e correm atrás das pessoas que os cutucam e os irritam. Essa corrida acaba nas "Plazas de Toros" onde todos são mortos.
Festas tradicionais deveriam ser o orgulho de um povo, não a sua vergonha!
Existe uma outra modalidade de tourada: onde o "corajoso" toureiro vai montado a cavalo.A tauromaquia é terrível e venal arte de torturar e matar animais em público, segundo determinadas regras. Traumatiza as crianças e adultos sensíveis. A tourada agrava o estado dos neuróticos atraídos por estes espetáculos. Desnaturaliza a relação entre o homem e o animal, afronta a moral, a educação, a ciência e a cultura."



Declaração da UNESCO 1980
Não será com a minha complacência que os meus filhos irão crescer numa nação onde homens que seviciam seres indefesos, desrespeitando a lei e os mais básicos padrões éticos e morais que se pretendem numa sociedade justa, solidária e civilizada, passam impunes, sendo mesmo aclamados como heróis e obreiros de uma tradição decrépita, teimosamente sustentada pela força de lobbies.

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>> sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009




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O PINGUIM PODE DESAPARECER ATÉ 2100



A notícia de que a temperatura na Antártida está subindo foi divulgada há duas semanas. Agora começam a surgir as possíveis consequências desse aquecimento. Uma delas pode ser a extinção do pinguim-imperador, símbolo do continente de gelo, dizem pesquisadores do Instituto Oceanográfico de Woods Hole, nos Estados Unidos.


Os autores cruzaram previsões do degelo na região feitas pelo IPCC, o Painel Intergovernamental de Mudança Climática, e de estudos da redução da população de pinguins entre 1962 e 2005. Em 1970 havia 6 mil casais. Hoje resta cerca da metade. Até o fim do século poderiam sobrar apenas 400. A chance de essa catástrofe acontecer é de 40%.


Os pinguins precisam da camada de gelo para se alimentar e criar os filhotes. Com o aquecimento da região as aves teriam de mudar a época de procriação ou mesmo migrar.

O problema: diferentemente de outras aves da Antártida, os pinguins já demonstraram ser lentos em adaptações. O estudo foi publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences.

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BALEIAS PRECISAM DE PROTEÇÃO ESPECIAL

>> quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009



A história da caça às baleias, durante o século XX, demonstra claramente que esses animais ainda precisam de uma proteção especial contra as pressões dos mercados. A implacável diminuição das populações pela indústria da caça, na primeira metade desse século, levou à formação da Comissão Baleeira Internacional (CBI), em 1946, órgão responsável, desde então, pela vigilância e conservação das populações de baleias do planeta. Seus fundadores estavam cientes do problema, reconhecido no próprio texto da convenção:
“Considerando que a história da caça tem revelado a captura predatória de baleias, região após região e espécie após espécie, em um nível tão elevado, é essencial proteger todas as espécies de baleias da captura indiscriminada.”
Entretanto, apesar de reconhecer claramente as lições do passado, a CBI tem sido incapaz de controlar a caça. Em suas tentativas de conduzir manejo científico das populações, as baleias-azuis da Antártica estiveram à beira da extinção, com perda de 99% da sua biomassa 1 . A caça da baleia-azul, o maior mamífero do planeta, foi banida em 1966, mas a sua população mostra poucos sinais de recuperação. A indústria, então, concentrou seus esforços de captura na segunda maior baleia do planeta – a baleia-fin. Esta espécie perdeu cerca de 95% de sua biomassa, e começou a ser protegida em 1976. A próxima espécie vítima da caça industrial na Antártica foi uma baleia menor que a fin, a baleia-sei, que precisou de proteção em1978. A CBI mostrava mais uma vez ser incapaz de prevenir o desaparecimento das espécies através de suas estratégias de manejo. As baleias são mamíferos e não peixes. Apesar disso, elas têm sido tratadas como peixes pela indústria da caça e por alguns governos interessados nessa atividade. A maioria das espécies de peixes se reproduzem quando a fêmea libera uma quantidade enorme de óvulos na água para que possam ser fertilizados pelos machos.
As baleias, entretanto, têm um longo período de gestação, dando à luz um único filhote a cada um ou dois anos. O filhote necessita de vários anos de cuidados (alimentação e aprendizado) até que possa viver por conta própria. Mesmo depois de se separarem da mãe, baleias jovens levam vários anos até atingir a maturidade sexual. Por essas razões, as baleias ainda não conseguiram se recuperar rapidamente da exploração comercial indiscriminada que sofreram.
Existe, também, uma falta de conhecimento sobre vários aspectos do ciclo de vida das baleias. Mesmo com meio século de pesquisa, a taxa de crescimento da população de baleias é precariamente conhecida devido à dificuldade em se estudar esses animais altamente migratórios, de vida longa e de reprodução lenta. E não há estimativas confiáveis sobre as taxas de natalidade e mortalidade natural de animais recém-nascidos ou jovens.
Isto acontece porque as baleias passam sua vida em alto mar, aproximando-se da costa somente durante o período de reprodução. Desse modo, é impossível contar diretamente a população – ao invés disso elas têm que ser estimadas. Essas estimativas são baseadas na contagem de baleias avistadas de cada lado de um barco de inspeção, de acordo com os ziguezagues que a embarcação faz num percurso definido em uma determinada área do oceano.
Uma vez que somente uma pequena porcentagem de baleias, de qualquer população, é vista na superfície quando o barco passa, os cálculos aproximados são feitos a partir desse número avistado, dando uma estimativa da quantidade de baleias de cada espécie presentes em toda a região estudada. Portanto, toda a estimativa populacional está baseada na visualização de uma fração minúscula da população real. Por exemplo, em 1995, um estudo norueguês sobre baleias-minke fez 29 avistagens a leste do Mar de Barent. Os cálculos aproximados revelaram uma população de 16.101 indivíduos, ou seja, 500 vezes mais do que o número de baleias avistadas.
São usadas fórmulas matemáticas para calcular o número total de baleias a partir de números menores resultantes das avistagens reais. Essas fórmulas tentam levar em conta diversas variáveis, tais como o fato de que certas espécies de baleias tendem a crescer juntas em certas áreas. E é nessas fórmulas que existe um potencial enorme para erros acumulados. Estudos sucessivos de uma mesma área podem apresentar diferenças nos resultados que variam em até cinco vezes para mais ou menos o número de indivíduos estimados.
Foi por reconhecer a extrema dificuldade de se manejar a caça, (pois o resultado era a contínua diminuição das populações de baleias), que a CBI decretou uma moratória na caça comercial em 1986. (A caça aborígene, feita por comunidades tradicionais para fins de subsistência, ainda é permitida.)
Apesar da moratória, a atenção da indústria da caça, agora, está voltada para a baleia-minke, a menor das baleias de barbatana ou baleias verdadeiras. As baleias-minke não foram afetadas tão dramaticamente como as demais espécies de grandes baleias, porque sua exploração começou justamente quando as populações das baleias de tamanho maior (azul, sei, fin, jubarte, franca) estavam quase exterminadas (1930, no Atlântico Norte e 1972, na Antártica). E também porque tanto a moratória à caça implementada pela CBI como a presença da baleias-minke no Anexo I da Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas de Extinção (CITES)2 tornaram mais difícil a expansão da indústria baleeira.
Além disso, sabemos menos sobre as pequenas baleias-minke que sobre as demais grandes baleias do planeta. Ainda existe muita discordância sobre a quantidade exata dessas baleias nos oceanos, especialmente no Atlântico Norte. A identificação da idade dos animais é mais difícil que em outras espécies e em alguns lugares é impossível determiná-la. A determinação das rotas migratórias e das áreas de reprodução próximas aos trópicos continuam um mistério, exceto talvez no sudoeste Atlântico.
Não são somente os aspectos biológicos das baleias que precisam ser considerados, mas também a constante violação das regras internacionais pela indústria baleeira. Em 1994, descobriu-se que, durante os anos 60 e 70, a frota baleeira soviética na Antártica estava envolvida em um gigantesco esquema organizado de fraudes, capturando dezenas de centenas de baleias a mais do que permitido em suas quotas, inclusive de espécies ameaçadas. Naquela época, algumas dessas trapaças continuaram, sem que pudessem ser percebidas, mesmo depois que a CBI introduziu um Esquema de Observador Internacional a bordo dos navios de captura.
Em 1998, foi revelado que, no Pacífico Norte, navios baleeiros soviéticos também se envolveram no contrabando de grande escala e, na costa japonesa, a indústria baleeira capturou cachalotes 3 para a produção de óleo de baleia, mas falsificou relatórios para a CBI sobre o número, comprimento e gênero das baleias capturadas. O contrabando japonês continuou até 1987, quando a indústria foi forçada a fechar devido à moratória comercial da CBI, ao colapso do mercado do óleo de baleia e à inclusão dos cachalotes no Anexo I da CITES.
São exatamente essas leis internacionais que têm garantido, até hoje, a preservação das espécies de grandes baleias do planeta. Sem estas medidas, as populações dos maiores mamíferos do planeta já teriam sido completamente extintas.

1 Soma da massa de todos os indivíduos que compõem uma população, no caso, a de uma espécie de baleias.2 O Anexo I da CITES é uma lista de espécies da fauna e da flora que não podem ser comercializadas, nem seus produtos, devido ao alto risco de extinção a que estão submetidas. 3 Único tipo de grande baleia que possui dentes ao invés de barbatanas.

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NO ÁRTICO, O AQUECIMENTO GLOBAL JÁ COLOCA EM PERIGO A FAUNA SELVAGEM QUE DEPENDE DO GELO PARA SOBREVIVER

>> quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Em uma gélida tarde de maio, escorreguei por uma fenda na banquisa e mergulhei no oceano Ártico. O impacto da água gelada em minha cabeça protegida por um capuz de neoprene foi tão forte que pensei que iria vomitar. Eu estava ao sul do estreito Lancaster, na ponta setentrional da ilha Baffin, Ártico canadense. A temperatura da água era de 1,6 grau negativo, o mais frio a que chega a água marinha antes de congelar. Assim que minha respiração se acalmou, e a náusea se dissipou, mergulhei na escuridão. Então olhei para cima, na direção do gelo, esperando ter uma visão costumeira nesse início de estação - uma superfície azulada, sem vida. Mas vi outra coisa.
O gelo estava com manchas verdes e pardas. E se movia. Pisquei e conferi a profundidade. Queria me certificar de que não sofria de vertigem, algo fatal para alguém que mergulha sozinho sob um teto de gelo com quase 1 metro de espessura. Foi aí que me dei conta: aquilo não era gelo - na verdade, eu estava diante de uma densa nuvem de anfípodes, minúsculos crustáceos parecidos com o camarão, que se alimentam do fitoplâncton que prolifera na banquisa durante a primavera, estação em que o Sol retorna ao Ártico. Eu estava diante do marco zero de todo um imenso ecossistema, a combinação de gelo e formas de vida minúsculas da qual dependem todos os animais maiores - ursos-brancos, baleias e focas.
Vivi toda a vida no Ártico canadense e passei a maior parte da minha carreira fotografando a linha divisória entre o gelo e o mar. Antes, o gelo marinho parecia invulnerável: grande parte dele resistia até mesmo aos meses mais quentes. O gelo não é só paisagem. Ele faz parte da biologia de toda a criatura que vive na imensidão congelada. Durante o ano todo, sobretudo na primavera, ursos-brancos perambulam e caçam no gelo. Focas descansam e dão à luz. Enormes baleias-francas chegam para devorar crustáceos. Depois baleias-brancas e narvais se juntam às francas para sair em busca do bacalhau-do-ártico, que usa canais de água finos como um dedo para incubar suas larvas. Simplesmente não dá para imaginar um Ártico sem gelo.
Porém, mal se passaram dez anos e tudo mudou. Os pólos estão derretendo com rapidez alarmante. Se o aquecimento global prosseguir no ritmo atual, a possibilidade de um Ártico sem gelo torna-se cada vez mais plausível. É possível que o estreito Lancaster, um dos mais fecundos hábitats marinhos do mundo e a porção leste da famosa Passagem do Noroeste, protagonize novo capítulo na história marítima: o estreito e as áreas vizinhas podem ver um aumento significativo no tráfego de navios, atraindo grandes cargueiros e petroleiros para uma região pela qual raramente navegavam.
Alguns cientistas já afirmam que o Ártico vai perder todo o gelo durante o verão, condenando espécies, como o urso-branco, à extinção em menos de um século. As fotos a seguir testemunham o meu amor pelo gelo, e pelo mundo branco-azulado que dele depende. As imagens trazem uma mensagem, algo que entendi com súbita clareza naquele dia de maio em que vi os anfípodes se movendo pelo gelo e ouvi os estalidos e guinchos das baleias que se aproximavam: se as temperaturas globais continuarem a subir, é provável que o gelo desapareça. E um Ártico sem gelo seria como um jardim sem terra.
Por: Paul Nicklen Fonte: Matéria publicada na revista National Geographic Ed. 87 - 01/06/2007

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TRISTES NOTAS DE UM HOMEM DO CERRADO

>> segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009


De acordo com o articulista João Fortuna, em artigo intitulado “A evolução da agricultura e pecuária no Leste e Centro-Oeste brasileiro”, a soja tirou o boi do chapadão (Terciário).
Devido a isto o boi derrubou o cerradão (Bauru). A cana tira a soja, a soja tira o boi, o boi derruba a mata amazônica. São Paulo (dentro da mesma Bacia Geológica do Paraná) sempre na frente do resto, ditando o que se fazer com as terras. Se a novidade traz mais rendimento financeiro para o dono das terras é lógico que ela toma o lugar da anterior. São Paulo foi o maior produtor de café. Com a queda brusca do preço do produto muito rapidamente os cafezais (1930) se transformaram no maior celeiro de engorda de bois do Brasil (sendo que o boi é o último da lista, não pela rentabilidade, mas pela sua condição de se levar, nas regiões sem estrada, embrenhando em locais impossíveis.
A soja chegou a São Paulo e logo passou a ser o grande plantador de soja. Hoje São Paulo é o maior plantador de cana, o resto sumiu de suas terras. A soja provocou a saída do Gaúcho de suas querências e partiu para o trópico, atrás de terras baratas para seu plantio.
Os cerrados originais que abrangiam os Estados de Goiás e Mato Grosso, que eram os criadores de bois para abastecerem os invernistas de São Paulo e Paraná, foram invadidos pela soja e seus criadouros avançaram para o Norte de Mato-Grosso, Rondônia Tocantins e Pará.
A cana chegando ao Cerrado do Centro Oeste, fatalmente o boi vai pastar onde foi à maior floresta tropical da Terra. Em toda a Amazônia dominará a braquiá¬ria (planta da família das gramíneas), que só sairá quando tudo estiver tão árido que nem ela conseguirá sobreviver.
Conforme o artigo “A Questão dos Biocombustíveis no Brasil com ênfase no Metanol” do Dr. Giuseppe Bacoccoli, o Ministro da Agricultura diz que “será permitido, e até incentivado, o plantio na Amazônia, contanto que restrito às atuais áreas de pastagens, como em Roraima e em algumas áreas do Acre e do Pará (sic). Vamos permitir o cultivo em áreas historicamente desmatadas.
Não deixaremos que seja derrubada uma única árvore para produzir etanol e açúcar”.
Pergunto: para onde vão os duzentos milhões de gado dessas pastagens?
Veja que ele especifica (manhosamente) que não permitirá a derrubada de uma única árvore para plantar cana. (Para fazer pastagem está livre). Se ele tem capacidade de impedir a derrubada de uma árvore na Amazônia porque não impediu essa catástrofe?
Conforme nos fala Washington Novaes no Estado de São Paulo do dia 10/11/2007, “Nos quatro anos do atual mandato presidencial - incluída a última estimativa de 13,1 mil km2 para 2005/2006 - foram mais de 80 mil km2 (mais que em qualquer outro quatriênio)”. Ao longo de décadas, já são mais de 600 mil km2 desmatados. Não surpreende, assim, que quase 75% das emissões brasileiras de gases que contribuem para mudanças climáticas sejam por mudanças no uso do solo, queimadas e desmatamentos, principalmente na Amazônia. Porque não é isso que eles querem!
O fato de Bush achar que o programa de biocombustível é uma coisa boa para o Brasil é algo que um Presidente inteligente deveria desconfiar. Mas podem estar certos que o programa de biocombustível terá uma participação muito forte na destruição da Amazônia, embora isso, lá, seja irreversível, como o foi a destruição total da Mata Atlântica, dos Pinheirais e do Cerrado. Como será a do Pantanal, dos manguezais, das Caatingas e do Brasil. Jared Diamond, no seu livro “O Colapso”, alertou o povo australiano de que se continuassem fazendo tudo errado, em pouco tempo seria o fim do país deles. Vejam o que está acontecendo.
Num país no qual o próprio órgão controlador e fiscalizador da Política Nacional do Meio Ambiente, o IBAMA, criou programas como o Pró-Várzea destruindo as áreas de recargas dos lençóis freáticos; no Cerrado destruíram os Covais. Em outros biomas implantaram as grandes fazendas de criação de camarões e lagostas em cima dos manguezais.
O que esperar desse povo?
Já afirmava um articulista da ECA/USP: “O potássio é um elemento essencial para o crescimento saudável das plantas. Quando estas são queimadas, os sais de potássio em seus tecidos se convertem em carbonato de potássio, o qual, junto com outros elementos absorvidos pelo vegetal, formam as cinzas” – E isso desde os tempos do Egito até o Século XIX”. Com a carência de álcali, as regiões européias com florestas abundantes começaram a produzir o chamado “álcali vegetal” em escala industrial. As florestas da Escandinávia, as estepes russas e as matas dos Vosges na França foram destruídas para produzir cinzas.
As florestas do Canadá e da Nova Inglaterra na América também contribuíram com suas cinzas, pois nessa época começavam a ser derrubadas para abrir espaço para agricultura e pastagens.O processo de produção era simples.
Consistia em queimar as madeiras ou arbustos secos em buracos no chão, até que se formasse uma quantidade suficiente de cinzas. O carbonato de potássio era extraído das cinzas por mistura com água quente em tonéis com fundo falso furado coberto de palha. A solução coada contendo o álcali era evaporada em potes de ferro, formando uma massa marrom, que então era aquecida fortemente em fornos para eliminação dos resíduos de carvão.
O elemento assim obtido era chamado de potassa (vem do inglês pot ash, cinza de potes) ou perlassa (de pearl ash, cinza perolada, pelo seu aspecto e cor). O produto continha cerca de 70% de carbonato de potássio. Em média, conseguiam-se cerca de 10 kg de álcali bruto de cada 100 kg de cinzas.
Esse material podia ser usado na indústria de vidros, cerâmica e de sabão. A Espanha foi a maior produtora de “barrilha”. Em Jataí (GO), colocava-se a cinza (ou barrilha) no “barrilheiro” e adicionava-se água por cima, e depois se “aparava” a “decoada” para fazer o sabão. Com as chuvas vindas das queimadas da Mata Amazônica estamos recebendo decoação. Vejam que para fazer sabão destruíram muitas e extensas matas.
Agora, para fazer pinga e combustível para os ricos andarem em carrões e os pobres poderem imitá-los e andarem em carrinhos, lá se vai a Amazônia.O Homem mudou muito; naquele tempo ele derrubava as árvores com machado.
Hoje as derruba com moto-serra e correntão. E os políticos? Estes agem como há duzentos anos. Como esses bichos são imortais, se olhar com atenção ainda pode-se encontrar algum daquela época.
Por: Binômino da Costa Lima, pesquisador do bioma Cerrado e Doutor Honoris Causa da Universidade Católica de GoiásFonte: Revista ECO 21 nº134

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TRÁFICO DE ANIMAIS SILVESTRES

>> domingo, 22 de fevereiro de 2009


O comércio ilegal de animais silvestres é a terceira atividade clandestina que mais movimenta dinheiro sujo, perdendo apenas para o tráfico de drogas e armas.
O Brasil é um dos principais alvos dos traficantes devido a sua imensa diversidade de peixes, aves, insetos, mamíferos, répteis, anfíbios e outros.
As condições de transporte são péssimas. Muitos morrem antes de chegar ao seu destino final.Filhotes são retirados das matas, atravessam as fronteiras escondidos nas bagagens de contrabandistas para serem vendidos como mercadoria.
Todos os anos mais de 38 milhões de animais selvagens são retirados ilegalmente de seu hábitat no país, sendo 40% exportados, segundo relatório da Polícia Federal.
O tráfico interno é praticado por caminhoneiros, motoristas de ônibus e viajantes. Já o esquema internacional, envolve grande número de pessoas.
Os animais são capturados ou caçados no Norte, Nordeste e Pantanal, geralmente por pessoas muito pobres, passam por vários intermediários e são vendidos principalmente no eixo Rio-São Paulo ou exportados.Os animais são traficados para pet shops, colecionadores particulares (priorizam espécies raras e ameaçadas de extinção!) e para fins científicos (cobras, sapos, aranhas...).
Com o desmatamento, muitas espécies entraram para a lista de animais ameaçados de extinção, principalmente na Mata Atlântica. Para mais informações, consulte o site www.renctas.org.br da Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres, o MMA, o IBAMA, SOS FAUNA ou a CITIES - Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção.
Segundo o IBAMA, a exploração desordenada do território brasileiro é uma das principais causas de extinção de espécies. O desmatamento e degradação dos ambientes naturais, o avanço da fronteira agrícola, a caça de subsistência e a caça predatória, a venda de produtos e animais procedentes da caça, apanha ou captura ilegais (tráfico) na natureza e a introdução de espécies exóticas em território nacional são fatores que participam de forma efetiva do processo de extinção. Este processo vem crescendo nas últimas duas décadas a medida que a população cresce e os índices de pobreza aumentam.
O que podemos fazer :
Não compre animais silvestres. Ter espécie nativa em cativeiro, sem comprovação da origem do animal, é crime previsto em lei.Cada indivíduo capturado faz falta ao ambiente e também os descendentes que ele deixa de ter.Também não compre artesanatos feitos com partes de animais, como penas coloridas.
Seja vigilante. Se presenciar a venda na feira livre ou depósito de tráfico, avise a polícia. Informe dados precisos da ocorrência. Denúncias ao IBAMA através da Linha Verde Tel. 0800 61 8080.Se te oferecem um animal na beira da estrada, não compre e repreenda o vendedor dizendo que isso é crime e que ele procure outra atividade que não lhe cause problemas com a lei.
Os pássaros nascem para ser livres e não presos ao stress e tédio do restrito espaço de uma gaiola. Afinal para que foram feitas as asas dos pássaros ? O animal que vive preso, perde a capacidade de sobreviver e se defender sozinho e não pode ser solto na natureza sem o acompanhamento de um especialista.
Quando decidir ter um animal de estimação, lembre-se que existem milhares de cães e gatos abandonados aguardando a chance de uma adoção. Consulte a prefeitura da sua cidade ou entidades de proteção animal.
Somente a conscientização da população poderá desestimular este comércio ilegal e proteger o direito à vida e liberdade dos animais.
Vamos combater o tráfico de animais silvestres.
Se ninguém compra, ninguém vende, ninguém caça.
Extinção às gaiolas

DECRETO Nº 3.179, DE 21 DE SETEMBRO DE 1999. Dispõe sobre a especificação das sanções aplicáveis às condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências.CAPÍTULO II DAS SANÇÕES APLICÁVEIS ÀS INFRAÇÕES COMETIDAS CONTRA O MEIO AMBIENTE SEÇÃO I DAS SANÇÕES APLICÁVEIS ÀS INFRAÇÕES CONTRA A FAUNA
Art 11 matar , perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida: Multa de R$500,00 (quinhentos reais), por unidade com acréscimo por exemplar excedente de:
I - R$5.000,00 (cinco mil reais), por unidade de espécie constante da lista oficial de fauna brasileira ameaçada de extinção e do Anexo I da Comércio Internacional das Espécies da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção-CITES; e
II - R$3.000,00 ( três mil reais), por unidade de espécie constante da lista oficial de fauna brasileira ameaçada de extinção e do Anexo II da CITES. § 1º Incorre nas mesmas multas: I - quem impede a procriação da fauna, sem licença, autorização ou em desacordo com a obtida; II - quem modifica, danifica ou destrói ninho, abrigo ou criadouro natural; ou
III - quem vende, expõe à venda, exporta ou adquire, guarda, tem cativeiro ou depósito, utiliza ou transporta ovos, larvas ou espécimes da fauna silvestre, nativa ou em rota migratória, bem como produtos e objetos dela oriundos, provenientes de criadouros não autorizados ou sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente. IBAMA .

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>> sábado, 21 de fevereiro de 2009


Qual é o único animal de polui a própria água que bebe?

Qual é o único animal que mata prá não comer?

Qual é o único animal que derruba a árvore que lhe dá sombra e frutos?
Qual é o único animal que se acha superior a todos os outros?


RESPOSTA: Homo Imbecilis, também conhecido como bicho homem.

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Imagine que ao sair do chuveiro você receberá um tiro de pistola pneumática bem no meio da sua testa.
Você ficará atordoado, quase morto, mas ainda assim vai estar vivo enquanto alguém vai lhe abrir o peito com um facão para que seu sangue escorra pelo ralo do banheiro.
IMAGINOU
?

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A DRAMÁTICA SITUAÇÃO DOS ANFIBIOS DA MATA ATLÂNTICA


Nos últimos dez anos temos observado a população dos anfíbios na Serra do Mar e adjacências da Região Norte de Santa Catarina, uma das últimas áreas preservadas do Estado. Quase tudo o que resta de Mata Atlântica em Santa Catarina está ali. São os últimos vestígios, mas abriga ainda uma fabulosa biodiversidade, com mais de 70 espécies de anfíbios.
Algumas espécies de anfíbios são bastante sensíveis a alterações do meio ambiente provocadas pelo homem. É curioso observar a reação de espanto dos estudantes nas palestras, quando apresentamos as espécies da região onde eles moram. Mesmo os mais observadores da natureza, questionam o porquê de nunca terem visto a maioria das espécies apresentadas?
A resposta está no fato de que boa parte das espécies de anfíbios da Mata Atlântica depende de florestas bem preservadas e rios limpos, livres de qualquer tipo de poluente.

Condições cada vez mais difíceis de serem encontradas. Anfíbios e outros animais da nossa fauna lutam para sobreviver em áreas preservadas mais e mais reduzidas e fragmentadas. Não existe no Brasil nenhum estudo de longo prazo para avaliar o declínio de populações de anfíbios. No entanto, há indicadores qualitativos, muito óbvios, de que os anfíbios vêm sendo exterminados à medida que as áreas naturais são invadidas pelo homem, quer seja para agricultura ou expansão urbana. Há também muitas evidências de desaparecimento de espécies em determinadas regiões, tendo ocorrência restrita a pequenas áreas, muitas vezes fora de unidades de conservação (áreas protegidas, como parques nacionais, estaduais, estações biológicas etc.)

Os ambientes de procriação para a maioria dos anfíbios são os banhados (brejos), poças temporárias (formadas com as chuvas fortes), nascentes, rios e riachos. Cada espécie está adaptada para se reproduzir num determinado tipo de ambiente aquático. Isto é, tem espécie que se reproduz apenas em riachos de água bem oxigenada e limpa e outras, somente na água acumulada em lagoas temporárias (que secam durante o inverno). Quando se faz uma drenagem para secar um banhado, por exemplo, todos os anfíbios do entorno são exterminados. E as conseqüências disso são devastadoras: explosão da população de insetos e a escassez de comida para outros animais, uma vez que os anfíbios estão na base da cadeia alimentar.Muitos animais dependem desta fonte de proteína. Os desequilíbrios ambientais provocados são grandes, ou seja, a falta de anfíbios desencadeia um processo de extermínio de toda a fauna.

Algumas espécies apresentam girinos que têm um tempo de desenvolvimento curto, de 2 semanas ou um pouco mais, o suficiente para deixar a vida aquática antes que a lagoa ou poça seque. São adaptações que cada espécie adquiriu durante milhares de anos de evolução. No entanto, as mudanças climáticas, alteram as freqüências das chuvas e isso pode colocar em perigo estas espécies, pois se não chover regularmente na época da procriação, que é primavera e verão, as lagoas secam antes de dar tempo dos girinos completarem o desenvolvimento, provocando a morte de todos, evidentemente.

É normal isso acontecer uma vez ou outra, mas não com muita freqüência.

Assim, mesmo em áreas preservadas, protegidas em Unidades de Conservação, os anfíbios podem ser afetados por problemas globais, como as mudanças climáticas decorrentes do Efeito Estufa, como sabemos.
Já espécies que vivem e se reproduzem em rios e riachos que nunca secam, enfrentam outro problema: a poluição.

Na Serra do Mar da região Norte de Santa Catarina temos as chamadas rãs-de-cachoeira, espécies do gênero Cyclorhamphus, que só ocorrem nos rios e riachos encachoeirados da Serra do Mar, de Santa Catarina até o Espírito Santo. Vivem nas rochas de granito constantemente molhados pelos respingos das águas. Há algumas décadas estas rãs eram comuns em todos os rios da região, mas, hoje, só podem ser encontradas nos rios ou riachos cujas nascentes estão em áreas intocáveis da Serra do Mar, que foram protegidas da ação do homem por barreiras naturais.

Há evidências de que várias espécies destas rãs foram extintas, pois não são mais encontradas nos rios indicados nas descobertas de início e meados do século passado. Espécies essas consideradas endêmicas de rios que hoje estão poluídos com esgoto doméstico e pela mineração de caulim, para fazer cerâmica, o que deixa a água alcalina, imprópria para vida.

Um determinado riacho é o hábitat exclusivo desta rã e se for degradado, não há como ela mudar para outro rio, já que não pode se deslocar por terra firme, pois sua pele resseca provocando-lhe a morte. É impressionante constatar que esta rã não ocorre mais nos rios cujas nascentes estão em área de mineração de caulim. A explicação do porquê desta espécie ser tão sensível a contaminantes na água vem do fato de que todo seu ciclo de vida ocorre no mesmo ambiente, isto é, no mesmo riacho.

Ou seja, o contato de seu organismo com a água é permanente, desde o nascimento até a vida adulta e por este motivo são considerados excelentes indicadores da qualidade da água, os chamados bioindicadores. Quando não morrem pela seca, os anfíbios morrem pelas águas represadas pelo homem.

Um dos motivos dos anfíbios serem adaptados para reprodução em lagoas temporárias é que eles secam pelo menos uma vez por ano, no período de inverno, quando chove menos nas regiões de Mata Atlântica, e, desta forma, não dá tempo suficiente para o desenvolvimento de predadores de girinos, como peixes, que precisam do meio aquático durante todo o ciclo de vida, que é relativamente bastante longo. Porém, imensas áreas de banhados são destruídas para implantação de tanques de cultivo de peixes, geralmente espécies devoradoras de girinos, provenientes de outros países.

Então, os anfíbios do local são rapidamente aniquilados, já que não conseguem mais ter a reprodução bem sucedida.

Praticamente todas as propriedades rurais, próximas de áreas preservadas, já destruíram os banhados para implantação de tanques de criação de peixes, o que tem afetado toda a fauna destas áreas preservadas do entorno, como aves, mamíferos e répteis que se alimentam de anfíbios.Mesmo as espécies que não dependem de água para se reproduzir são afetadas pela devastação, já que não podem migrar para outra área.

Com certeza, a devastação da Mata Atlântica já dizimou muitas espécies.

Aliás, é um engano muito comum acreditar que as aves e mamíferos, por exemplo, se salvam quando uma área é desmatada, incendiada ou inundada, pois podem fugir rapidamente para outra área.

O problema é que esta outra área já não existe mais e mesmo que existisse, lá já é ocupado por outros bichos e a competição por alimento, território, acabará provocando a morte de parte dos que já ocupam a área e parte dos novos inquilinos, até que o equilíbrio seja novamente restabelecido.

Por isso, de nada adianta o resgate de fauna de uma área inundada para formação do reservatório de uma hidrelétrica. Uma vez perdido o hábitat, adeus!

Toda a biodiversidade vai junto. Para os anfíbios a morte chega primeiro, pois são pequenos e a locomoção é lenta. Imaginem naqueles incêndios que devastam imensas áreas, que chance os anfíbios têm de escapar?

Observamos também na região um problema local que afeta de forma grave a população de anfíbios, que neste caso foi apenas uma espécie, o sapo-comum (Bufo ictericus).

Foi o ataque de carrapato, de uma espécie introduzida pelo tráfico de animais silvestres. A espécie de carrapato, específica de animais de sangue-frio, isto é, répteis e anfíbios, ocorria somente nas regiões Norte e Centro-Oeste do Brasil e chegou ao Sul, à pequena Corupá, Santa Catarina, ao pé da Serra do Mar, provavelmente vindo de carona com um jaboti (espécie de tartaruga terrestre da região norte do Brasil) e como a reprodução é assexuada (não existe macho), se multiplicou e atacou violentamente os sapos, dizimando sua população no município de Corupá e entorno. Na natureza, é comum este carrapato atacar os sapos das regiões Norte e Centro-Oeste, da espécie Bufo marinus, mas a infestação não é intensa de modo a causar problemas para os sapos, uma vez que convivem há milhares de anos.

No entanto, o mesmo não acontece com o sapo da Mata Atlântica, que não tem resistência alguma contra o carrapato e por dispor de poucos locais para se abrigar nas áreas urbanizadas, o que torna a infestação tão intensa, provocando uma grande mortandade, como se observa nos quintais e jardins das residências da pequena Corupá, onde é comum encontrar muito sapos mortos com os carrapatos ainda grudados em seus corpos. É suportável para o sapo um ou dois carrapatos na fase adulta, mas mesmo assim causa queda na fertilidade das fêmeas, e o conseqüente declínio na população de sapos.


Instituto Rã-bugio

Preocupados com a situação dos anfíbios, decidimos fazer alguma coisa. Tendo em mente que só a sociedade pode salvá-los, começamos, em 1998, a desenvolver um trabalho nas escolas de divulgação dos anfíbios e os problemas que enfrentam, como a perda do hábitat. No início, gastamos dinheiro do próprio bolso, mas o sucesso do projeto foi tão grande que logo apareceram os patrocínios, que permitiram intensificar ainda mais nossas ações.

A grande importância do nosso projeto é que ao proteger os anfíbios, estamos protegendo as regiões de mananciais. Tanto as pessoas como os anfíbios dependem diretamente da água, em qualidade e quantidade e ambos são beneficiados com a conservação da natureza.

Assim, nosso projeto ganhou grande visibilidade e apoio da comunidade. Em 2003, criamos a ONG Instituto Rã-bugio para Conservação da Biodiversidade, e entre as suas realizações se destacam: a força-tarefa com estudantes das escolas públicas de Corupá, para monitorar a mortandade de sapos e a infestação dos carrapatos, trabalho que teve grande repercussão e resultou em publicações científicas; a popularização dos anfíbios através de palestras e exposições de fotos em escolas de SC, PR e RS; atendimento a mais de 11 mil alunos em trilhas interpretativas; e a capacitação de 350 alunos e professores para atuarem com multiplicadores. A conquista mais recente foi o patrocínio do Programa Petrobras Ambiental 2006, com o projeto Serra do Mar: Água e Vida, através de seleção pública, onde se inscreveram 846 projetos e foram aprovados apenas 36.

Por:Germano Woehl Jr. Biólogo, Presidente do Instituto Rã-bugio para Conservação da Biodiversidade - Jaraguá do Sul, SC

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PROTEGER E CONSERVAR: OBRIGAÇÃO DE TODOS

>> quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

A exploração desordenada do território brasileiro é uma das principais causas de extinção de espécies. O desmatamento e degradação dos ambientes naturais, o avanço da fronteira agrícola, a caça de subsistência e a caça predatória, a venda de produtos e animais procedentes da caça, apanha ou captura ilegais (tráfico) na natureza e a introdução de espécies exóticas em território nacional são fatores que participam de forma efetiva do processo de extinção. Este processo vem crescendo nas últimas duas décadas à medida que a população cresce e os índices de pobreza aumentam.

Uma forma de se perceber o efeito deletério da exploração desordenada das áreas nativas sobre a fauna residente é o acréscimo significativo do número de espécies na lista oficial de fauna silvestre ameaçada de extinção. Essa lista foi revisada, pelo Ibama e Ministério do Meio Ambiente, em parceria com a Fundação Biodiversitas e a Sociedade Brasileira de Zoologia, com o apoio da Conservation International e do Instituto Terra Brasilis e nos aponta novos caminhos.

Com ela podemos decidir quais espécies e ecossistemas devem ser prioritariamente protegidos e conservados e aqueles que poderiam ser utilizados dentro de princípios sustentáveis. Proteger e utilizar racionalmente os recursos faunísticos são ações de manejo que demandam conhecimento, técnica, controle e monitoramento.

A proteção e o manejo ordenado da fauna silvestre na busca de sua conservação podem e devem ser feitos pelo Governo e a Sociedade de forma integrada no sentido de defender o que é de todos: o patrimônio natural do Brasil, bem de uso comum de todos os brasileiros e garantia para as futuras gerações.

Como posso ajudar no combate ao tráfico?

Medidas pessoais:

1. Não compre animais silvestres sem origem legal;

2. Não compre artesanatos que possuam partes de animais silvestres; salvo se o artesanato for certificado como procedente do manejo sustentável;

3. Denuncie traficantes;

4. Mesmo que fique com pena do animal nas mãos do traficante, não o compre, se o fizer você somente estará incentivando o tráfico;

5. Se tiver um animal silvestre não o solte simplesmente, entre em contato com a unidade do IBAMA mais próxima;

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14 MIL CARANGUEJOS SÃO APREENDIDOS NA BR 116



Belém (17/02/09) – Na madrugada do último domingo, dia 15/02, fiscais do Ibama e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), apreenderam 2 mil unidades de caranguejo ilegais que estavam escondidos debaixo de coroas de abacaxi em uma pick up na BR 316, próximo a Polícia Rodoviária Federal de Castanhal, no Pará. O responsável pela infração foi autuado em R$ 10.200,00.

De acordo com o analista ambiental do Ibama, Márcio Santos, o proprietário do carro, ao perceber a fiscalização dos órgãos, ainda tentou convencer que carregava sementes de abacaxi, para evitar a vistoria, mas não teve sucesso.

“O motorista tentou dizer que carregava abacaxis, depois só sementes da fruta e até ração, porém, com a vistoria, percebemos que não havia nada além de caranguejos, retirados na época de Defeso de São João da Ponta, nordeste paraense”, conta Márcio.

Os caranguejos foram devolvidos ao mangue, mas, em vez de São João da Ponta, foram para um dos mangues de São Caetano de Odivelas, município mais próximo da capital e que também é muito conhecido pela cultura de caranguejo.

Mais 12 mil unidades apreendidas

Na última sexta-feira, 13/02, o Batalhão de Polícia Ambiental do Pará também apreendeu caranguejos na BR 316, porém, no município de Marituba. Depois da constatação do ilícito, os fiscais do Ibama foram chamados para lavrar os autos de infração referentes ao crime ambiental.

Foram cerca de 12 mil unidades de caranguejo capturados ilegalmente, em São Caetano de Odivelas. De acordo com o fiscal do Ibama, Antonio Carlos Pereira, o responsável pela carga foi enquadrado na lei de Crimes Ambientais por ter capturado e transportado caranguejo dentro do período da andada da espécie.

A multa, que ainda não foi lavrada porque a fiscalização aguarda o comparecimento do responsável ao órgão, poderá ser de R$ 700 a R$ 100 mil mais o valor de R$ 20,00 por kg. Toda a carga foi solta em São Caetano de Odivelas, de onde vieram os crustáceos.

O que é o Defeso do Caranguejo?

O período de Defeso do Caranguejo é a época em que não se pode capturar, manter em cativeiro, transportar, beneficiar, industrializar, armazenar nem comercializar caranguejos, porque é o período da “andada” desses crustáceos, para a reprodução da espécie. Por isso, é importante que não sejam retirados do mangue durante esse tempo, sob o risco de diminuir a população de caranguejo no estado, levando até a extinção da espécie no Pará.

Períodos de Defeso do Caranguejo no Estado do Pará


Março de 12 a 17 e de 27 a 01.04/09

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CRIADO NOVO PROJETO DE LEI CONTRA O USO DE ANIMAIS EM CIRCO

>> quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009



Jan 28, 2009

Circo Legal Não Tem Animal - Participe do abaixo assinado© WSPA
Mais um projeto de lei que visa à proibição do uso de animais em circo foi apresentado ao Senado Federal em janeiro. A proposta da senadora Ada Mello (PTB-AL) pretende alterar, por meio do PLS 407/08, a Lei de Crimes Ambientais (nº 9605/98) de forma a proibir a utilização ou exibição de animais da fauna brasileira ou exótica em circos.
O PLS está nas mãos da relatora da Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA), a senadora Marina Silva (PT-AC), que estuda as emendas
Proposta e justificativa
A proposta do projeto é regulamentar a situação dos circos que estiverem em operação e tenham posse de animais quando a lei entrar em vigor. Entre os argumentos para justificar a implementação do projeto está o fato de que nos espetáculos circenses os animais sofrem maus-tratos e ainda são forçados a se comportar de forma não-natural. Veja no box ao final da matéria os detalhes do projeto.
Dois projetos de lei sobre o mesmo tema
O primeiro projeto voltado para animais em circo, o PL 7291/2006, foi originalmente apresentado pelo Senador Álvaro Dias em julho de 2006. Posteriormente foi encaminhado à Câmara dos Deputados para votação em três comissões: Comissão do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (CMADS), Comissão de Educação e Cultura (CEC) e a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
Atualmente, o PL 7291/2006, na forma de seu substitutivo, está sob análise da Comissão de Educação e Cultura e aguarda para entrar em pauta para votação. O substitutivo foi apresentado pelo relator, o deputado Antonio Carlos Biffi, em março de 2008 e prevê a proibição do uso de animais em circo.
Para saber mais sobre a campanha Circo Legal Não tem Animal e participar do abaixo assinado, clique aqui. >>
Já o PLS 407/08 foi apresentado ao Senado Federal em outubro de 2008 e atualmente se encontra na Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA) . De acordo com a Assessoria do Senador Fernando Collor, inicialmente a idéia do projeto de lei foi do próprio Collor, mas devido à sua licença, a senadora Ada Mello, na época sua suplente, acabou assinando o projeto.
Se o projeto for para votação e o PL dos Circos ainda estiver na Câmara, existe a possibilidade de que o mais recente seja apensado ao anterior ou, então, arquivado.
Sendo assim, a votação do PLS 407/08 depende da tramitação do PL 7291/2006 que já está na Câmara aguardando voto na Comissão de Educação e Cultura. A aprovação do PLS ainda pode ser prorrogada, pois apesar de o relator do primeiro PL, Antonio Carlos Biffi, demonstrar ser favorável ao projeto, a CEC tem dado indícios contrários.
O que ainda não está muito claro é a razão pela qual a senadora Ada Mello, representando o senador Fernando Collor, teria proposto um PL semelhante a outro já existente. Até porque, segundo o regulamento do Senado, não pode haver duas matérias sobre o mesmo assunto tramitando juntas.
A Assessoria de Fernando Collor disse desconhecer o motivo de o senador ter elaborado um projeto de lei com o mesmo tema do PL dos Circos, mas afirmou que Collor nunca viu com bons olhos a utilização de animais em circos por conta dos maus-tratos a que esses animais são submetidos.
Uma força a mais
Para a jornalista e editora do Observador da Legislação Animal (OLA) Cristina Torres a proposta da senadora Ada Mello é favorável. – Acho que essa nova proposição vinda do Senado representa uma força a mais, especialmente pelo fato de a relatora Marina Silva ter se mostrado absolutamente favorável à proibição do uso de animais em circo. Inclusive, com proposição expressa em documento encaminhado ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPFT), quando ela ainda era Ministra do Meio Ambiente.
Cristina avalia que apesar da resistência da Comissão de Educação e Cultura em aprovar o PL dos Circos, pesquisas de opinião como a enquete realizada pelo Fantástico no dia 02 de novembro de 2008, mostram que a sociedade é favorável à proibição do uso de animais em circo.
A consultora da WSPA em Brasília, a médica veterinária Ana Nira, acredita que apesar de o PL dos Circos não ter previsão de votação, deve caminhar este ano: – Com a mudança do presidente da Comissão de Educação e Cultura, João Mattos, há grande possibilidade de que o PL dos Circos tramite de forma mais rápida. O PL vai acabar sendo aprovado, uma vez que a sociedade já tem dado demonstração de que a legislação precisa mudar e tem exigido medidas por parte do governo para que isso aconteça – avalia Ana Nira.
Principais trechos do PLS 407/08
- “O circo em operação na data do início da vigência desta Lei terá o prazo de sessenta dias para notificar, ao órgão ambiental competente, a posse de animais da fauna silvestre brasileira ou exótica. (...) O órgão ambiental competente determinará a forma e o local aos quais serão destinados os animais apreendidos por força desta Lei”.
- “Vários países já aboliram a presença de animais em circos e, pelas razões apresentadas é necessário que a proibição do emprego e exibição de animais da fauna silvestre brasileira ou exótica, em circos, seja também aplicada em nosso País”.
- “Nos circos os animais sofrem maus-tratos todo o tempo: não apenas as formas desumanas de treinamento, mas também os sofrimentos decorrentes dos espetáculos em si, onde os animais apenas por um capricho do ser humano são forçados a se comportar como nunca o fariam na natureza. Ao mesmo tempo, passam a vida em espaços muito pequenos e em constante deslocamento, circunstâncias que lhes causam alto grau de estresse. E, para piorar a situação, muitas vezes não têm à disposição alimento de qualidade ou quantidade suficiente”.
- “A presença de animais em circos expõe as pessoas a diversos riscos, principalmente por não ser possível prever as reações de um animal estressado. Nesse sentido, deve-se ressaltar que vários acidentes já foram documentados pela mídia”.
- “[Os animais] podem transmitir doenças aos seres humanos, visto que não existe vacinação eficiente para animais selvagens”.
- “[A atividade circense] estimula o tráfico de animais silvestres ao redor do mundo, prática reconhecidamente cruel e criminosa e que ameaça várias espécies com a extinção”.

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PESCA AFETA EVOLUÇÃO DE PEIXES HÁ 50 ANOS

>> terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Um estudo feito por um grupo de pesquisadores americanos e apresentado numa conferência científica em Washington (EUA) pode ajudar a explicar por que os estoques de peixe explorados em excesso no oceano não se recuperam. A pesca, dizem os cientistas, está alterando o curso da evolução desses animais, favorecendo a sobrevivência de indivíduos menores e de crescimento mais lento. Há pelo menos 50 anos.
Evidências fortes dessa seleção artificial já haviam sido apresentadas em 2002 por David Conover, biólogo da Universidade do Estado de Nova York em Stony Brook. Ele usou populações em cativeiro de um peixe comum no Atlântico, o Menidia menidia, das quais os indivíduos maiores eram seletivamente removidos - numa imitação do que acontece com a pesca, onde só é permitido capturar espécimes acima de um determinado tamanho.
A teoria evolutiva de Charles Darwin (1809-1882) postula que as modificações nas espécies acontecem segundo um mecanismo duplo: a geração casual de diversidade genética e a eliminação seletiva de indivíduos portadores de genes não-adaptados ao ambiente num dado momento.
Conover e sua equipe constataram que, depois de apenas quatro gerações, o tamanho médio dos indivíduos remanescentes caiu pela metade, o que significa que os genes que promoviam o crescimento rápido haviam sido eliminados da população.
Conover temia que o experimento feito por ele em laboratório estivesse se repetindo na vida real. Caso o perfil genético das populações de peixes comerciais, como o bacalhau e o atum, realmente tivesse sido alterado, levaria muito tempo até que os estoques voltassem a se recompor.
Um outro experimento, realizado por Steven Berkeley, da Universidade da Califórnia em Santa Cruz, e apresentado durante a reunião anual da AAAS - Associação Americana para o Avanço da Ciência, confirma o pesadelo de Conover e explica qual é o provável gatilho da alteração da evolução dos peixes: a eliminação de fêmeas velhas das populações dos animais.
Idade é documento - “Nós não nos surpreendemos ao ver um estoque de peixe colapsar", afirmou Berkeley. “Mas, após o alívio da pressão de pesca, os estoques não se recuperam. Será que nós deixamos alguma coisa escapar? A pesca teve algum efeito não-planejado?”
Estudando espécimes do peixe Sebastes malanops, do Pacífico, Berkeley e seus colegas descobriram que as fêmeas mais velhas e maiores tendiam a desovar mais cedo e a pôr mais ovos. Não só isso, as larvas nascidas desses ovos cresciam três vezes mais depressa e resistiam mais a períodos de fome do que larvas nascidas de fêmeas mais jovens.
Isso acontece porque fêmeas mais velhas tendem a ter em seu corpo maiores quantidades de triaciglicerol, um lipídio altamente energético. Quantidades maiores dessa substância acabam transferidas para os filhotes.
A eliminação das fêmeas mais velhas juntamente com o restante dos indivíduos maiores, que é a regra no manejo de pesca moderno, acaba afetando o perfil genético da espécie. “Os peixes mais velhos são responsáveis pela recomposição das populações", disse o pesquisador. “Se nós continuarmos alterando a constituição genética da população, vamos favorecer os peixes menores e que crescem mais devagar", afirmou a jornalistas na AAAS.
Para resolver o problema, Berkeley, Conover e outros pesquisadores têm proposto uma mudança total na forma como se maneja a pesca no Atlântico Norte - região do planeta onde os peixes comerciais estão mais ameaçados. Essa mudança passa tanto pela limitação da captura quanto pela criação de reservas marinhas onde os indivíduos mais velhos possam se reproduzir.
“O problema não é tão complicado de resolver", disse Jeremy Jackson, da Instituição Oceanográfica Scripps, na Califórnia (EUA). “Mas simplesmente não há reservas marinhas nos Estados Unidos. A Austrália protege um terço da Grande Barreira de Coral. Nós provavelmente protegemos 0,1% da Costa Leste dos Estados Unidos.”
Fonte: Folha Online

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NOVA ESPÉCIE BRASILEIRA É AMEAÇADA POR TRÁFICO DE AVES SILVESTRES

>> segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009


Nem bem a espécie Aratinga pintoi foi descoberta e já necessita de cuidados especiais para não ser extinta. O mais novo periquito brasileiro, conhecido popularmente pelo nome de cacaué, precisa ser protegido antes que os traficantes de animais silvestres cheguem ao seu habitat, em Monte Alegre (PA), distante 623 quilômetros de Belém.
“Como o cacaué vive em uma área muito restrita, um processo intenso de captura pode colocá-lo rapidamente na lista de animais ameaçados de extinção", afirma o biólogo Luís Fábio Silveira, do Departamento de Zoologia do IB - Instituto de Biociências da USP - Universidade de São Paulo.
Segundo o pesquisador, por muito tempo a A. pintoi foi confundida com uma parente próxima, a A. solstitialis, conhecida popularmente por jandaia-sol. “Pensava-se tratar-se de um híbrido entre espécies do grupo ou de uma plumagem de imaturo". Após visitar várias coleções no Brasil e no exterior, observando cuidadosamente exemplares da jandaia-sol e do cacaué, o grupo de Silveira pôde desfazer o engano, que já perdurava por quase um século (os primeiros exemplares da A. pintoi datam de 1906).
O maior problema agora, segundo ele, é que o anúncio da descoberta do novo periquito pode fomentar o tráfico, ilegal e altamente prejudicial a esta espécie. “Gostaríamos de fazer uma recomendação ao Ibama - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e às autoridades paraenses no sentido de que tenham atenção com o tráfico de animais silvestres nesta região", avisa Silveira.
Outro fator que aumenta o risco da espécie é a sua pequena população. Por ser um animal cujo habitat se restringe a áreas de vegetação aberta, e na Amazônia elas são poucas e fragmentadas, o pesquisador acredita que provavelmente não existam muitas A. pintoi na natureza. Estas áreas abertas, existentes no meio da floresta amazônica, podem propiciar ainda outros frutos. “Pode haver outras espécies não descritas nesta região, como esta que acabamos de descobrir", explica.
Espécie endêmica :
A A. pintoi, que mede cerca de 30 centímetros, é uma espécie endêmica da região de Monte Alegre, onde é bem conhecida e relativamente fácil de ser encontrada. Silveira conta que, em uma de suas viagens ao local, em apenas quatro horas conseguiu documentar diversos aspectos da biologia da nova espécie: fotografou, gravou vocalizações da ave, descobriu um ninho e capturou cinco exemplares, hoje depositados no Museu de Zoologia da USP.
As principais características que distinguem a A. pintoi das outras espécies do grupo são baseadas na coloração de sua plumagem, como traços de amarelo-claro misturados com verde nas asas e no dorso, laranja-claro na região ventral e nos flancos, e raque (a haste) negra nas penas da região peitoral.
A pesquisa foi publicada na revista de ornitologia “The Auk", a mais importante desta área. Assinam o estudo, além de Silveira, Flávio César Thadeo de Lima e Elizabeth Höfling, todos pesquisadores do IB. Este projeto de estudo foi financiado pela Fapesp - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo e teve o apoio do Ibama e do MMA - Ministério do Meio Ambiente, além da United Parcel Service Brasil (UPS Brasil).
Fonte: Folha Online

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A DESTRUIÇÃO DA FLORESTA

>> domingo, 15 de fevereiro de 2009


Nossos netos ficarão ricos se conseguirmos preservar a floresta amazônica. Pode parecer, mas não acho que seja exagero: daqui a 50 anos, que país terá matas primárias da extensão das que ainda nos restam? Num mundo cada vez mais urbano e de áreas verdes minguantes, quanto valerão a biodiversidade, a imensidão dos rios e o enorme potencial científico e turístico de uma Amazônia intacta?Os céticos poderão dizer que, na Europa e na América do Norte, também existem florestas das quais eles se orgulham. De fato, lá sobreviveram algumas áreas florestais, pequenas, é verdade, mas bonitas, civilizadas, cortadas por trilhas com espaços para acampamento, lanchonetes, banheiros públicos e lojas de suvenires com estacionamento para ônibus lotados de turistas.
Mas dá para comparar uma visita a elas com o prazer de pegar um barco a 15 minutos do aeroporto de Manaus, subir o rio Negro ou o Solimões, descer o Amazonas a caminho de um afluente qualquer e, em poucas horas, estar na solidão da mata misteriosa, como antes da chegada dos portugueses? Em 2050, quantos não sonharão com uma viagem dessas? Quantos institutos de pesquisa não estarão interessados em estudar a região?
Isso para não falar na monotonia da paisagem botânica européia e norte-americana. O viajante não precisa de pós-graduação em biologia para notar que, comparada à nossa, a biodiversidade nos climas temperados é pífia.
Nos parques nacionais americanos, por exemplo, o número de espécies com caules de diâmetro acima de 10 cm existentes em um hectare (100 m x 100 m) não ultrapassa dez ou 15. No baixo rio Negro, em região próxima a Manaus, o botânico Alexandre de Oliveira encontrou em média mais de 260 espécies por hectare. Dá para comparar?
Além do mais, é fundamental não esquecer que uma única árvore abriga tantas espécies de seres vivos que constitui um ecossistema particular.
Basta olharmos com atenção para qualquer árvore mais alta no meio da floresta para nos surpreendermos com a quantidade de cipós contorcidos que sobem até a copa, com os filodendros, samambaias, bromélias e orquídeas floridas que se apóiam nos galhos, com os fungos e as briófitas minúsculas que espalham manchas verdes por toda a extensão do caule.
Se juntarmos a esses hóspedes formigas, cupins, besouros, abelhas e demais insetos que polinizam as flores, constroem casas e se alimentam das folhas e também os milhões de microorganismos subterrâneos mal conhecidos que criam o meio adequado para a sobrevivência funcional das raízes, será possível ter idéia da complexidade do equilíbrio ecológico que formas de vida tão diversas estabelecem em torno de cada árvore.
Toda vez que uma delas cai, esse equilíbrio é perturbado, mas o sistema trata de restabelecê-lo rapidamente, porque as pequenas plantas que viviam estioladas pela sombra da que veio abaixo crescerão estimuladas pelos raios solares que agora chegam até suas folhas através do espaço livre. A floresta é um organismo vivo capaz de cicatrizar suas feridas.
Quando é grande, no entanto, a área destruída, pode ficar além da capacidade de reparação do sistema, porque não há como reconstituir a complexidade do microambiente subterrâneo constituído por bactérias, fungos, protozoários, vermes e demais componentes essenciais para a nutrição das plantas e das sementes que, porventura, tenham escapado da derrubada nem como atrair de volta os insetos, os pássaros e os animais anteriormente responsáveis pela polinização e disseminação de sementes. No local, poderão ser plantados eucaliptos como os que substituíram a mata atlântica, mas a floresta que ali viveu estará perdida para sempre.
Em virtude dessa irreversibilidade, são assustadores os números divulgados sobre o desmatamento da Amazônia: no último ano, foram queimados 26 mil quilômetros quadrados de floresta -área maior do que a da Bélgica- na velocidade vertiginosa de oito campos de futebol por segundo.
O prestigioso semanário inglês "The Economist" calcula que, nesse ritmo, considerado "macabro" pela ministra Marina Silva, a floresta amazônica terá desaparecido em apenas 200 anos e afirma: "As instituições responsáveis pela proteção da floresta brasileira são débeis, mal coordenadas, corruptas e vulneráveis ao lobby dos fazendeiros e madeireiros".
Não há brasileiro de bom senso que possa discordar da revista. Desde 1988, na região amazônica, temos desmatado sistematicamente pelo menos 12 mil quilômetros quadrados por ano (apenas em 1995 foram quase 30 mil) para transformá-los em pastos, campos de soja ou de extração ilegal de madeira.
Esses números deixam claro que o governo não dispõe de meios suficientes nem de capacidade técnica adequada para conter as queimadas. A defesa do que restou de nossas florestas e a responsabilidade de promover o desenvolvimento sustentado das regiões em que elas se encontram é compromisso inadiável da sociedade brasileira.
Manifestarmos revolta diante dessa fúria destruidora sem nos envolvermos ativamente para contê-la é atitude tão hipócrita quanto a dos políticos europeus e norte-americanos que se mostram chocados agora, enquanto fecham os olhos ao fato de seus países importarem dois terços de nossa madeira extraída ilegalmente.
Drauzio Varela
Extraído da Folha de SP, 28/05/2005, caderno Ilustrada:

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CARTA DO CHEFE SEATLE

>> sábado, 14 de fevereiro de 2009

"O que ocorrer com a terra, recairá sobre os filhos da terra.Há uma ligação em tudo."
Este documento - dos mais belos e profundos pronunciamentos já feitos a respeito da defesa do meio ambiente - vem sendo intensamente divulgado pela ONU (Organização das Nações Unidas). É uma carta escrita, em 1854, pelo chefe Seatle ao presidente dos EUA, Franklin Pierce, quando este propôs comprar grande parte das terras de sua tribo, oferecendo, em contrapartida, a concessão de uma outra "reserva".

Como é que se pode comprar ou vender o céu, o calor da terra?
Essa idéia nos parece estranha. Se não possuímos o frescor do ar e o brilho da água, com é possível comprá-los?
Cada pedaço desta terra é sagrada para meu povo. Cada ramo brilhante de um pinheiro, cada punhado de areia das praias, a penumbra da floresta densa, cada clareira e inseto a zumbir são sagrados na memória e experiência de meu povo. A seiva que percorre o corpo das arvores carrega consigo as lembranças do homem vermelho.
Os mortos do homem branco esquecem sua terra de origem quando vão caminhar entre as estrelas. Nossos mortos jamais esquecem esta bela terra pois ela é a mãe do homem vermelho. Somos parte da terra e ela faz parte de nós. As flores perfumadas são nossas irmãs; o cervo, o cavalo, a grande águia, são nossos irmãos. Os picos rochosos, os sulcos úmidos nas campinas, o calor do potro, e o homem - todos pertencem a mesma família.
Portanto quando o Grande Chefe de Washington manda dizer que deseja comprar nossa terra, pede muito de nós. O Grande Chefe diz que nos reservará um lugar onde possamos viver satisfeitos. Ele será nosso pai e nós seremos seus filhos. Portanto, nós vamos considerar sua oferta de comprar nossa terra. Mas isso não será fácil. Essa terra é sagrada para nós.
Essa água brilhante que escorre nos riachos não é apenas água, mas o sangue de nossos antepassados. Se lhes vendermos a terra, vocês devem lembrar-se que ela é sagrada e devem ensinar as suas crianças que ela é sagrada e que cada reflexo nas águas límpidas dos lagos fala de acontecimentos e lembranças da vida de meu povo. O murmúrio das águas é a voz de meus ancestrais.
Os rios são nossos irmãos e saciam nossa sede. Os rios carregam nossas canoas e alimentam nossas crianças. Se lhes vendermos nossa terra, vocês devem lembrar e ensinar a seus filhos que os rios são nossos irmãos e seus também. E, portanto, vocês devem dar aos rios a bondade que dedicariam a qualquer irmão.
Sabemos que o homem branco não compreende nossos costumes. Uma porção da terra, para ele, tem o mesmo significado que qualquer outra, pois é um forasteiro que vem à noite e extrai da terra aquilo de que necessita. A terra não é sua irmã, mas sua inimiga, e quando ele a conquista, prossegue seu caminho. Deixa para trás os túmulos de seus antepassados e não se incomoda. Rapta da terra aquilo que seria de seus filhos e não se importa. A sepultura de seu pai e os direitos de seus filhos são esquecidos. Trata sua mãe, a terra, e seu irmão, o céu como coisas que possam ser compradas, saqueadas, vendidas como carneiros. Seu apetite devorará a terra, deixando somente um deserto.
Eu não sei, nossos costumes são diferentes dos seus. A visão de suas cidades fere os olhos do homem vermelho. Talvez seja porque o homem vermelho é um selvagem e não compreenda.
Não há lugar quieto na cidade do homem branco. Nenhum lugar onde se possa ouvir o deabrochar das flores na primavera ou o bater das asas de um inseto. Mas talvez porque eu sou um selvagem e não compreenda. O ruído parece somente insultar os ouvidos. E o que resta da vida se um homem não pode ouvir o canto solitário de uma ave ou o debate dos sapos ao redor de uma lagoa à noite? Eu sou um homem vermelho e não compreendo.
O índio prefere o suave murmúrio do vento encrespando a face do lago, e o próprio verão limpo por uma chuva diurna ou perfumado pelos pinheiros.
O ar é precioso para o homem vermelho pois todas as coisas compartilham o mesmo sopro - o animal, a árvore, o homem, todos compartilham o mesmo sopro. Como um homem agonizante há vários dias, o homem branco é insensível ao mau cheiro. Mas se verdermos nossa terra ao homem branco, ele deve lembrar que o ar é precioso para nós, que o ar compartilha seu espírito com toda a vida que mantém. O vento que deu a nosso avô seu primeiro aspirar também recebe seu último suspiro. Se lhes vendermos nossa terra, vocês devem mantê-la intacta e sagrada, como um lugar onde até mesmo o homem branco possa ir saborear o vento açucarado pelas flores dos prados.
Portanto, vamos meditar sobre sua oferta de comprar nossa terra. Se decidirmos aceitar, imporei uma condição: o homem branco deve tratar os animais dessa terra como irmãos.
Sou um selvagem e não compreendo outra forma de agir. Vi um milhar de búfalos apodrecendo na planîcie, abandonados pelo homem branco que os alvejou de um trem ao passar. Eu sou um selvagem e não compreendo como é que o fumegante cavalo de ferro pode ser mais importante que o búfalo, que sacrificamos somente para permanecermos vivos.
O que é os homens sem os animais?
Se todos os animais se fossem, os homens morreriam de uma grande solidão de espírito. Pois o que ocorre com os animais, breve acontecerá com o homem. Há uma ligação em tudo.Vocês devem ensinar as suas crianças que o solo a seus pés é a cinza de nossos avós. Para que respeitem a terra, digam a seus filhos que ela foi enriquecida com as vidas de nosso povo. Ensinem as suas crianças o que ensinamos as nossas que a terra é nossa mãe. Tudo o que acontecer à terra, acontecerá aos filhos da terra. Se os homens cospem no solo, estão cuspindo em si mesmos.Isto sabemos: a terra não pertence ao homem, o homem pertence à terra. Isto sabemos: todas as coisa estão ligadas como o sangue que une a família. Há uma ligação em tudo.
O que ocorrer com a terra recairá sobre os filhos da terra. O homem não tramou o tecido da vida; ele é simplesmente um de seus fios. Tudo o que fizer ao tecido, fará a si mesmo.
Mesmo o homem branco, cujo Deus caminha e fala com ele de amigo para amigo, não pode estar isento do destino comum. É possível que sejamos irmãos, apesar de tudo. Veremos. De uma coisa estamos certos e o homem branco poderá vir a descobrir um dia: nosso Deus é o mesmo Deus. Ele é o Deus do homem, e Sua compaixão é igual para o homem vermelho e para o homem branco. A terra lhe é preciosa, e ferí-la é desprezar seu criador. Os brancos também passarão; talvez mais cedo que todas as tribos. Contaminem suas camas, e uma noite serão sufocados pelos próprios dejetos.
Mas quando de sua desaparição, vocês brilharão intensamente, iluminados pela força do Deus que os trouxe a esta terra e por alguma razão especial lhes deu o domínio sobre o homem vermelho. Esse destino é um mistério para nós, pois não compreendemos que todos os búfalos sejam exterminados, os cavalos sejam todos domados, os recantos secretos da floresta densa impregnadas do cheiro de muitos homens, e a visão dos morros obstruídos por fios que falam. Onde está o arvoredo?
Desapareceu.
Onde está a águia?
Desapareceu.
É o final da vida e o início da sobrevivência.

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SUSTENTABILIDADE

Farinha pouca
Se todos desejarem ter o estilo de vida de alto-consumo do Ocidente, o implacável crescimento no consumo, no uso de energia, na produção de resíduos e emissão de gases pode ser catastrófico. A natureza não agüentaria. Fazendo as contas, seria preciso pelo menos mais 2 planetas Terra.
Para compreendermos melhor os conflitos no mundo onde vivemos é interessante partirmos de premissas básicas, simples, insofismáveis e que obedeçam as leis da física. Uma delas afirma: tudo que temos ou que consumimos vem dos recursos naturais do planeta Terra, os quais são finitos. Exemplo simples: um automóvel é a mistura de bauxita (alumínio), minério de ferro (chapas), areia (vidros) e petróleo (borrachas e plásticos). Para o homem produzir riquezas, desde tijolos, tecidos, computadores, até aviões e satélites, necessita de recursos naturais, somados à energia, trabalho e tecnologia, que é sinônimo de conhecimento.
Não há alternativa, todo crescimento econômico agride a natureza porque extrai os recursos naturais que serão transformados em riquezas. Quando todos têm acesso ao consumo de riquezas – comida, medicamentos, eletrodomésticos, livros, moradia, automóveis etc. – acabam-se os chamados problemas sociais, os quais, na realidade, são problemas econômicos e, por isso, não podem ser erradicados com filantropia. Naturalmente, o padrão de vida das sociedades fica limitado pela disponibilidade desses recursos, pela capacidade de transformá-los em riquezas e pelos custos dos impactos ambientais. Até a quantidade de fotossíntese, necessária à produção de comida, é limitada pela densidade de potência de 1370 watts por metro quadrado que o sol fornece ao planeta. Não adianta querer mais energia, o sol não atende.
Sobre o assunto, é interessante reproduzirmos o que afirma a prestigiosa Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos (www.newdream.org/intl): "Existem boas razões para nos preocuparmos com os impactos ambientais provocados por 5 bilhões de pessoas consumindo ao nível dos países desenvolvidos da Europa e América do Norte. Devido as altas taxas de crescimento econômico em muitas partes do mundo, bem como a rápida propagação de meios eletrônicos, publicidade e bens de consumo, nós devemos questionar que espécie de consumo futuro podemos esperar em áreas que agora estão restritas à pobreza e ao isolamento. Se todos desejarem ter o estilo de vida de alto-consumo do Ocidente, o implacável crescimento no consumo, no uso de energia, na produção de resíduos e emissão de gases pode ser catastrófico."
Por que seria catastrófico? Vejamos: os Estados Unidos, com 300 milhões de habitantes, 5% da população mundial, consomem cerca de um terço dos recursos naturais do planeta Terra, que tem 6,3 bilhões de pessoas. Por isso os americanos são ricos, porque produzem ou importam riquezas, as quais, naturalmente, têm origem na mamãe Terra; nada vem da Lua ou de Marte. Partindo desses dados concluímos matematicamente [*] algo surrealista: caso quiséssemos que todo habitante do planeta Terra passasse a ter o mesmo padrão de vida do homem americano, deveríamos multiplicar o atual consumo de recursos naturais por sete. Isto é, em média, sete vezes mais petróleo, sete vezes mais minérios, sete vezes mais energia, sete vezes mais comida, sete vezes mais água limpa e, naturalmente, sete vezes mais lixo, efeito estufa, poluição e outros impactos ambientais!
A pergunta é: a natureza agüenta? Os ecologistas e estudiosos têm respondido com um sonoro não! Precisaríamos de pelo menos dois planetas Terra.
Somando a tudo isso o egoísmo inerente aos humanos, concluímos a receita elementar que rege as relações internacionais: "farinha pouca, meu pirão primeiro!" Ou seja, devido às limitações físicas do planeta nem todos podem ser ricos. Por isso, é necessário manter o status quo entre as nações, abortar as tentativas de crescimento dos países pobres através de receituários recessivos, diminuir o padrão de consumo dos remediados e, quando muito, manter os miseráveis na linha mínima de sobrevivência. Além disso, deve-se continuar as exportações para os países desenvolvidos de riquezas e recursos naturais, incluindo a energia. "Exportar é o que importa!" Lembram-se?
Agora fica fácil compreender porque muitos brasileiros trabalham duro e não têm acesso nem ao consumo básico. A recessão, argentina ou brasileira, por exemplo, significa o quê? Desemprego, é claro, porque o desempregado come menos, consome menos. Taxar aposentado também é condená-lo a consumir menos. Mas, menos em favor de quem, cara pálida?
Bem-estar só para poucos, esta é a lógica da globalização, da internacionalização das economias, das privatizações, do enfraquecimento do estado, da criação de agências nacionais que se curvam às concessionárias, das altas taxas de juros que mantêm a recessão e o desemprego, do controle de 70% do nosso PIB por estrangeiros e das chamadas reformas, inclusive a da previdência. Tudo se resume ao controle do consumo e à transferência assimétrica de recursos. Não é à toa que o FMI tem elogiado programas assistencialistas e governos que submetem o povo a essas políticas das trevas.
Peço licença a Marx para enfatizar que a luta básica das sociedades não é simplesmente a luta de classes, mas sim a luta pelo acesso às riquezas, que agora está limitada por fatores ecológicos. É melhor falar assim, porque essa assertiva nos leva à busca do conhecimento necessário à produção, ou seja, nos leva ao desenvolvimento, enquanto o termo luta de classes pode nos induzir apenas à expropriação. Mesmo assim, é difícil convencer um rico a reduzir o seu alto padrão de consumo. É por isso que os Estados Unidos recusaram-se a assinar o protocolo de Quioto que limitava a emissão de poluentes causadores do efeito estufa. Na mesma linha, podemos compreender que a ocupação do Iraque foi para ajudar a manter o elevado estilo de vida americano, dependente do petróleo, e defender o padrão dólar que dá aos Estados Unidos a primazia de trocar papel pintado (moeda) por mercadorias.
O maior desafio de um governo responsável é encontrar os caminhos do desenvolvimento sustentável, que faça a economia crescer sem exaurir de forma irreversível os nossos recursos naturais. Junto a isso, é necessário romper com as amarras internacionais que nos impõem o atraso e o subdesenvolvimento como estilo de vida. O brasileiro não merece ficar toda uma existência apertando o cinto. Nem precisamos esbanjar, mas seria mais humano se a maioria vivesse melhor. A felicidade aumentaria e até a criminalidade iria despencar.

[*] Demonstração matemática:
Seja R o consumo de recursos naturais no mundo atual (grandezas não homogêneas).
Os Estados Unidos consomem R/3.
Consumo per capita do homem do mundo: R/6,3bilhões;
Consumo per capita do homem americano: (R/3)/300milhões;
Seja M o número que devemos multiplicar o atual consumo per capita do homem do mundo para que este se iguale ao do homem americano.M(R/6,3bilhões) = (R/3)/300milhões Simplificando R, obtemos M=7.

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EXTINÇÃO É PARA SEMPRE

>> sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009


A maioria dos animais silvestres habitam as matas, onde passam quase todos os seus momentos . Alguns utilizam as florestas somente para se alimentar; outros , somente como abrigo.
Muitos, como a preguiça-de-coleira, que nem sequer possui valor econômico, estão em extinção por causa do extenso e indiscriminado desmatamento de nossas florestas.
Queimadas, essas florestas dificilmente serão recuperadas, porque o fogo, além de eliminar uma parte da matéria orgânica do solo, também destrói as sementes que as árvores adultas deixam cair no chão e as pequenas mudas em princípio de desenvolvimento.
Por fim o fogo queima e mata muitos animais que não conseguem escapar a tempo das áreas de queimada. Outros conseguem fugir, mas morrem pouco tempo depois, por não encontrarem outro abrigo e alimento.
Uma vez extinta uma espécie animal ou vegetal, não existe mais possibilidade de recuperá-la. Não conhecendo sequer o número de espécies vegetais e animais existentes no planeta, assim como a sua utilidade, o homem não deveria correr o risco de perdê-las definitivamente.


CAÇA E PESCA PREDATÓRIAS
A fauna brasileira é riquíssima numa grande variedades de animais do mais alto interesse científico, cultural e econômico. E é por seu valor monetário de muitos de nossos animais são abatidos , sem respeito a seus períodos de reprodução, expondo muitas espécies ao risco da total extinção.
Entre os mais caçados estão as emas e araras, para a retitada das penas; as tartarugas, para a utilização de carne e do casco; os jacarés e as lontras, para usa da pele na confecção de casacos, sapatos e bolsas.
Para se ter uma idéia da quantidade de animais mais abatidos, 2.500 pessoas foram detidas no pantanal, somente em 1991, por comercializarem peles do jacaré-de-papo-amarelo, uma espécie em extinção.
Dentre elas estão relacionados alguns animais em risco de extinção, como a onça-pintada (Panthera onca palustris), o tamanduá-bandeira (Mymecophaga tridactyla), o lobo-guará (Chrysocyon brachyurus) e a ariranha (Pteronura brasiliensis).Esta última foi considerada extinta na região por causa da caça comercial por sua pele, permitida até 1967. Hoje a população está voltando a crescer, auxiliadas pelo aumento nas áreas preservadas, que fornecem habitat ideal para sua sobrevivência. O maior felino brasileiro, a onça-pintada, pode atingir até 130 quilos, e precisa de um território de 25 a 50 quilômetros quadrados para viver. Grande predadora, a onça-pintada inclui em sua cadeia alimentar animais como gado bovino e cachorro doméstico, anta (Tapirus terrestris), cervo-do-Pantanal (Blastocerus dichotomus), ariranha, macacos, porcos-do-mato (Tayassu tajacu), cágados, jacarés e capivaras (Hydrochaeris hydrochaeris).
Desde a sua descoberta, em 1500, o Brasil já perdeu uma grande parte de suas riquezas naturais. No começo era a extração do pau-brasil e de diferentes produtos da mata atlântica. Com o passar do tempo, recursos como o ouro e outros minérios foram deixando para sempre a colônia. Em seu lugar, ficaram áreas esburacadas, solo esgotado e pobreza.
Mas, já em 1797 nossos próprios colonizadores, na pessoa da rainha de Portugal começava a preocupar-se com a destruição praticada aqui. Num trecho de carta escrita pela monarca ao então governador da capitania da Paraíba, Fernando Delgado Freire de castilhos, ela lhe pedia para "tomar todas as precauções para a conservação do Estado do Brasil e evitar que elas se arruinassem(...) estabelecendo as mais severas penas contra os incendiários, destruidores da mata".

As recomendações pelo jeito não foram seguidas...

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TRÁFICO DE ANIMAIS SILVESTRES

>> quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

O Brasil é um dos principais alvos dos traficantes da fauna silvestre devido a sua imensa biodiversidade. Esses traficantes movimentam cerca de 10 a 20 bilhões de dólares em todo o mundo, colocando o comércio ilegal de animais silvestres na terceira maior atividade ilícita do mundo, perdendo apenas para o tráfico de drogas e de armas. O Brasil participa com 15% desse valor, aproximadamente 900 milhões de dólares!!!
A fauna apresenta números relevantes em relação a biodiversidade no mundo. Entre os vertebrados, o Brasil abriga 517 espécies de anfíbios (das quais 294 são endêmicas), 468 de répteis (172 endêmicos), 524 de mamíferos (com 131 endêmicas) , 1.622 de aves (191 endêmicas), cerca de 3 mil peixes de água doce e uma fantástica diversidade de artrópodos: só de insetos, são cerca de 15 milhões de espécies (Ministério do Meio Ambiente, Relatório Nacional sobre a iodiversidade, 1998).
A devastação das florestas e a retirada de animais silvestres já causaram a extinção de inúmeras espécies e conseqüentemente um desequilíbrio ecológico. Os animais mais exóticos, raros e até ferozes, dentre muitos outros, pagam com a vida pelo simples prazer que algumas pessoas têm em possuir um animal silvestre em casa.
Seguindo uma lógica cruel - que determina o valor da espécie pela sua raridade e grau de ameaça de extinção, o tráfico da vida selvagem é hoje um dos principais fatores do desaparecimento da fauna brasileira.
O Brasil abriga mais de 10% de 1.400.000 seres vivos catalogados no planeta. Na classificação mundial em diversidade de espécies o Brasil é o primeiro em primatas, borboletas e anfíbios. A cada ano um número incalculável de filhotes é retirado das matas para serem vendidos como mercadoria. Para os traficantes, o nosso animal silvestre, alguns em perigo de extinção, não passa de uma mercadoria e a natureza, nossos campos e matas, um grande estoque em prateleira!
A Lei de Crimes Ambientais, criada em fevereiro de 1998, considera os animais, seus ninhos, abrigos e criadouros naturais, propriedade do Estado, considerando que a compra, a venda, a criação ou qualquer outro negócio envolvendo animais silvestres é crime inafiançável.
A maior parte das pessoas que possuem animais silvestres em casa enfrentam uma série de problemas. Algumas acreditam estar protegendo os animais sem levar em consideração todo o sofrimento e estresse pelo qual o animal passa. Ao perceberem o trabalho e cuidados especiais que estes animais exigem, além da dificuldade em mantê-los, as pessoas acabam doando os animais aos zoológicos.
O animal em cativeiro perde a capacidade de caçar seu alimento, de se defender dos predadores ou de se proteger de situações adversas. Se forem libertados, mesmo que em locais propícios, dificilmente sobreviverão.De cada 10 animais traficados, 9 morrem antes de chegar ao seu destino final. Em outras palavras quase 38 milhões de espécimes são arrancados de seus ninhos (aves) e tocas (mamíferos). Desse número, apenas 1% chegará ao destino final. Vocês têm idéia quantos filhotes estão morrendo, diariamente, nas mãos dos contrabandistas? Eles saem do país, pelas fronteiras, escondidos em malas e sacolas, passando nas barbas da polícia, totalmente dopados, anestesiados e provavelmente já mortos por maus tratos!!
Não bastasse a ação dos traficantes, que é intensa, diária e implacável, o quadro de degradação ambiental que o país enfrenta é o resultado de anos de exploração descontrolados dos nossos recursos naturais. Já é do conhecimento de todos que desde o seu descobrimento, há 500 anos, o Brasil perdeu mais de 90% da sua cobertura original de Mata Atlântica. Exatamente por isso, nossa fauna também está ameaçada. Alí, nesses apenas 10% de Mata Atlântica, concentram-se centenas de espécies seriamente ameaçadas de extinção e o ritmo dessa destruição só faz aumentar o perigo para esses animais.
No Brasil, 218 espécies animais encontram-se ameaçadas de extinção, sendo que 7 delas foram consideradas extintas por não existir registros de sua passagem, observação e presença nas matas há mais de 50 anos.
O Brasil ocupa o 2º. lugar no mundo de espécies de "aves" ameaçadas.
As principais causas da diminuição das populações de animais silvestres são :
redução de seus "habitats" devido à destruição da cobertura vegetal primária;
crescente ocupação humana;
exploração econômica de áreas de florestas, pântanos e cerrado;
tráfico de animais silvestres;
caça e pesca predatórias e indiscriminadas, sem leis adequadas que regulamentem sua permissão.
Há quadrilhas organizadas e especializadas no tráfico de animais e que são bem estruturadas para a venda ilegal. Cerca de 70% do comércio é para o consumo interno e o restante é exportado. Este tráfico envolve um grande número de pessoas, iniciando com os capturadores ou caçadores (geralmente pessoas muito pobres e que conhecem o hábitat dos animais).
A captura acontece em lugares em que há grande biodiversidade: como a região Norte, o Pantanal e o Nordeste — regiões pobres do ponto vista sócio-econômico. As principais áreas de captura estão nos estados do Maranhão, Bahia, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Tocantins, Minas Gerais e região amazônica. Depois, o animal passa por vários intermediários até chegar aos grandes comerciantes que ficam no eixo Rio - São Paulo. Nestas capitais acontecem o maior volume de vendas. Os animais tem diversos destinos: muitos são vendidos ilegalmente em feiras, outros vão para criadores ou criadouros, quando exportados, o destino é normalmente a Ásia, a Europa ou o Estados Unidos. É comum acharmos na feira de Praga (Europa) araras brasileiras por 4 mil reais, ou seja, o animal que foi capturado por 50 centavos (R$0,50) é vendido por oito mil vezes mais.
Há informações de que a lucratividade do negócio ilícito atraiu a cobiça de organizações criminosas como a máfia russa, que também está participando do tráfico de animais.
Quando recolhidos pela fiscalização, os animais silvestres encontram-se em péssimas condições, alguns já mortos, dopados, maltratados, com fome, sede e frio. São filhotes, são bebês, mal enxergam, sem pêlos e sem penas... Necessitam ser rapidamente alojados, alimentados, protegidos e recebem cuidados médicos. Alguns animais sofrem outro tipo de violência: têm seus olhos furados, para não enxergarem a luz do sol e não cantarem - caso das aves, evitando chamar a atenção da fiscalização. Todos são anestesiados para que pareçam dóceis e mansos.

No Brasil, o comércio ilegal da fauna silvestre divide-se claramente em duas modalidades básicas :
O tráfico interno, que tem como característica a sua desorganização, sendo praticado por caminhoneiros, motoristas de ônibus, pequenos comerciantes e miseráveis, que saem de suas cidades levando animais silvestres que vão lhe garantir dinheiro para a viagem e comida.
O tráfico internacional - sofisticado, esquematizado, planejado, com pessoas inteligentes, grandes nomes na sociedade internacional, artistas milionários, inúmeras empresas e grandes laboratórios, que seguem esquemas criativos e originais, distribuem subornos e contam com a condescendência de funcionários do próprio governo, de empresas aéreas e até de políticos.
O tráfico da fauna silvestre brasileira divide-se em três objetivos distintos:
Colecionadores particulares;
Animais para fins científicos;
Animais para comercialização internacional em "pet shops".
Todos esses animais deixam o país através dos portos e aeroportos das principais cidades brasileiras ou então, através das fronteiras dos países limítrofes ao Brasil, como Argentina, Paraguai, Bolívia, Colômbia, Venezuela, Guianas e principalmente o Suriname, onde jatinhos particulares, aguardam a chegada de dezenas de caminhões brasileiros que levam nossos animais, aos milhares, para terras internacionais.
Estatísticas
Animais de estimação
Nome comum-----------------------------Valor em US$/unidade
Jibóia -------------------------------------800 a 1.500
tartaruga ---------------------------------350
arara-vermelha ---------------------------3.000
tucano-toco -------------------------------2.000
Animais para coleção
Nome comum----------------------------- Valor em US$/unidade
arara-azul-de-lear ------------------------60.000
papagaio-de-cara-roxa -------------------6.000
mico-leão-dourado -----------------------20.000
jaguatirica --------------------------------10.000
Animais para fins científicos
Nome comum ----------------------------Valor em US$
jararaca-ilhoa ----------------------------20.000 (por unidade)
cascavel ----------------------------------1.400 (por unidade)
surucucu-pico-de-jaca --------------------3.200 (por unidade)
coral-verdadeira --------------------------31.300 (por grama de veneno)

Animais mais procurados pelo tráfico:
Papagaio-de-cara-roxaArara
canindé
Arara-vermelha
Corrupião
Curió
Tie-sangue
Saíra-sete-cores
Tucano
Mico-leão-dourado
Macaco-prego
Jaguatirica
Animais para colecionadores particulares e zoológicos: este talvez seja o mais cruel dos tipos de tráfico da vida selvagem, pois ele prioriza principalmente as espécies mais ameaçadas de extinção. Quanto mais raro for o animal, quanto mais ameaçado, ou quanto menos exemplares existir na natureza, maior é o seu valor de mercado.
Exemplos:
Arara Azul de Lear
Arara Canindé (azul/amarela)
Papagaio Cara Roxa
Mico Leão Dourado
Jaguatirica
Animais para fins científicos: neste grupo encontram-se as espécies que fornecem a química base para a pesquisa e produção de medicamentos. É um grupo que percebeu as facilidades no país e por isso mesmo aumenta a cada dia.
Exemplos:
Jararaca
Jararaca Ilhôa
Cascavel
Sapos Amazônicos
Aranha marrom
Outras aranhas
Besouros
Vespas

Os animais abaixo têm substâncias extraídas para serem vendidas por grama.
Exemplos:
Jararaca
Urutu
Surucucu
Coral
Aranha marrom
Escorpião brasileiro
Animais para pet shop's: É a modalidade que mais incentiva o tráfico de animais silvestres no Brasil. Devido à grande procura, todas as espécies da fauna brasileira estão incluídas nessas categoria. Os preços variam de acordo com a espécie e quantidade encomendada.
Exemplos:
Jibóia
Tartaruga
Arara Vermelha
Tucano
Melro
Saíra
Saguí

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