
CUIDADOS COM ANIMAIS NO RÉVEILLON
Cães
1-Feche portas e janelas para evitar fugas e suicídios;
Gatos
1-Escolha um quarto da casa que tenha uma cama e um armário, e prepare para ser o quarto dos gatos no Réveillon;
O ELOGIO DA ABELHA
>> terça-feira, 30 de dezembro de 2008
A mosca arrogante aproximou-se e falou, vaidosa:
- Onde surges, todos fogem. Não te sentes indesejável? Teu aguilhão é terrível.
- Sim – disse a abelha com desapontamento -, creia que sofro muitíssimo quando sou obrigada a interferir. Minha defesa é, quase sempre, também a minha morte.
- Mas não podes viver com mais distinção e delicadeza? – tornou a mosca – por que ferretoar, a torto e a direito?
- Não minha amiga – esclareceu a interlocutora -, não é bem assim. Não sinto prazer em perturbar. Vivo tão-somente para o trabalho que Deus me confiou, que representa benefício geral. E, quando alguém me impede a execução do dever, inquieto-me e sofro, perdendo, por vezes, a própria vida.
-Creio, porém, que se tivesses modos diferentes... se polisses as asas para que brilhassem à claridade solar, se te vestisses em cores iguais às minhas, talvez não precisasses alarmar a ninguém. Pessoa alguma te recearia a intromissão.
- Ah! Não posso despender muito tempo em tal assunto – alegou a abelha criteriosa. – O serviço não me permite a apresentação exterior muito primorosa, em todas as ocasiões. A produção de mel indispensável ao sustento da nossa colméia, e necessária a muita gente, não me ofereces ensejo a excessivos cuidados comigo mesma.
- Repara! – disse-lhe a mosca, desdenhosa – tuas patas estão em lastimável estado...
- Encontro-me em serviço – explicou-se a operária humildemente.
- Não! não! – protestou a outra – isto é monturo e relaxamento.
E limpando caprichosamente as asas, a mosca recuou e aquietou-se, qual se estivesse em observação.
Nesse instante, duas senhoras e uma criança penetraram o recinto e, notando a presença da abelha que buscava sair ao encontro de companheiras distantes, uma das matronas gritou, nervosa:
- Cuidado! cuidado com a abelha! Fere sem piedade!...
A pequeninha trabalhadora alada dirigiu-se para o campo e a mosca soberba a exibir-se, voando despreocupada.
- Que maravilha! – exclamou uma das senhoras.
- Parece uma jóia! – disse a outra.
A mosca preguiçosa planou... planou... e, encaminhando-se para a copa, penetrou o guarda-comida, deitando varejeiras na massa dos pastéis e em pratos diversos que se preparavam para o dia seguinte. Acompanhou a criança, de maneira imperceptível, e pousou-lhe na cabeça, infeccionando certa região que se achava ligeiramente ferida.
Decorridas algumas horas, sobravam preocupações para toda a família. A encantadora mosca verde-azul deixara imundície e enfermidade por onde passara.
Quantas vezes sucede isto mesmo, em plena vida?
Há criaturas simples, operosas e leais, de trato menos agradável, à primeira vista, que, à maneira da abelha, sofrem sarcasmos e desapontamentos por bem cumprir a obrigação que lhes cabe, em favor de todas; e há muita gente de apresentação brilhante, quanto a mosca, e que, depois de seduzir-nos a atenção pela beleza da forma, nos deixa apenas larvas da calúnia, da intriga, da maldade, da revolta e do desespero no pensamento.
Francisco Cândido Xavier, . Da obra: Alvorada Cristã. Ditado pelo Espírito Neio Lúcio..
POR QUE OS ANIMAIS TEM DOENÇAS GRAVES COMO O CANCER POR EXEMPLO?
>> segunda-feira, 29 de dezembro de 2008
1998-2008 CVDEE - Centro Virtual de Divulgação e Estudo do Espiritismo
OS "ESPÍRITOS DA NATUREZA"
>> sábado, 27 de dezembro de 2008
Duendes, Gnomos e Fadinhas Existem?
Em Libertação, Capo IV, André Luiz relata incursão a zonas inferiores, quando então o Instrutor Gúbio esclarece: "Estamos numa colônia purgatorial de vasta expressão. Quem não cumpre aqui dolorosa penitência regenerativa, pode ser considerado inteligência sub-humana. Milhares de criaturas, utilizadas nos mais rudes serviços da natureza, movimentam-se nestes sítios em posição infraterrestre. A ignorância, por ora, não lhes confere a glória da responsabilidade. Em desenvolvimento de tendências dignas, candidatam-se à humanidade que conhecemos na Crosta. Situam-se entre o raciocínio fragmentário do macacóide e a idéia simples do homem primitivo na floresta. Afeiçoam-se a personalidades encarnadas ou obedecem, cegamente, aos espíritos prepotentes que dominam em paisagens como esta. Guardam, enfim, a ingenuidade do selvagem e a fidelidade do cão. O contato com certos indivíduos inclina-os ao bem ou ao mal e somos responsabilizados pelas Forças Superiores que nos governam, quanto ao tipo de influência que exercermos sobre a mente infantil de semelhantes criaturas ... " (destaques meus).
Interessante o relato da existência desses espíritos ("milhares de criaturas") de inteligência sub-humana, utilizados em trabalhos na natureza, o que vem de encontro ao conteúdo do folclore de muitas culturas.
De fato, a figura de gnomos, duendes, fadas, silfos e elfos acha-se sempre presente em contos, lendas, estórias, enriquecendo a imaginação popular em todo o mundo. No Brasil são conhecidas as figuras do saci, cuca, caipora e curumim, entre outras.
Mas, será que são apenas espíritos de inteligência sub-humana, os que se dedicam aos serviços da natureza?
Ao tratar da classificação dos espíritos (LE 2.1. VI.103), Kardec assim se refere à Nona Classe - Espíritos Levianos: "São ignorantes, malignos, inconseqüentes e zombeteiros. Metem-se em tudo e a tudo respondem sem se importarem com a verdade. Gostam de causar pequenas contrariedades e pequenas alegrias, de fazer intrigas, de induzir maliciosamente ao erro, por meio de mistificações e de esperteza. A esta classe pertencem os espíritos vulgarmente designados pelos nomes de duendes, diabretes, gnomos, trasgos. Estão sob a dependência de espíritos superiores, que deles muitas vezes se servem como fazemos com os criados. Nas suas comunicações com os homens, a sua linguagem é muitas vezes espirituosa e alegre, mas quase sempre sem profundidade; apanham as esquisitices e os ridículos humanos, que interpretam de maneira mordaz e satírica. Se tomam nomes supostos, é mais por malícia do que por maldade" (destaques meus).
No próprio LE 540, ainda encontramos mais esclarecimenntos sobre esses espíritos. Kardec pergunta: "Os espíritos que agem sobre os fenômenos da Natureza agem com conhecimento de causa, em virtude de seu livre-arbítrio, ou por um impulso instintivo e irrefletido?" R: "Uns sim, outros não. Faço uma comparação: figurai essas miríades de animais que pouco a pouco fazem surgir do mar as ilhas e os arquipélagos; acreditais que não há nisso um objetivo providencial, e que essa transformação da face do globo não seja necessária para a harmonia geral? São, entretanto, animais do último grau os que realizam essas coisas, enquanto vão provendo às necessidades e sem se perceberem que são instrumentos de Deus. Pois bem, da mesma maneira, os Espíritos mais atrasados são úteis ao conjunto; enquanto eles ensaiam para a vida e antes de terem plena consciência de seus atos e de seu livre-arbítrio sobre certos fenômenos de que são agentes sem o saberem. Primeiro, executam; mais tarde, ainda, poderão dirigir as coisas do mundo moral. É assim que tudo serve, tudo se encadeia na Natureza, desde o átomo primitivo até o arcanjo, pois ele mesmo começou pelo átomo. Admirável lei de harmonia, de que o vosso espírito limitado ainda não pode abranger o conjunto!" (destaques meus).
Portanto, podemos entender que vários são os estágios dos espíritos que se ocupam da Natureza, desde aqueles que animam as "miríades de animais de ínfima ordem", até os que, "tendo alcançado um certo desenvolvimento, ordenam e dirigem primeiro as coisas do mundo material e, depois, as de ordem moral".
Aliás, o que lemos no LE 538-a não nos deixa dúvidas: "Esses espíritos pertencem às ordens superiores ou inferiores da hierarquia espírita?" R: "Segundo o seu papel for mais ou menos material ou inteligente: uns mandam, outros executam; os que executam as ações materiais são sempre de uma ordem inferior, entre os espíritos como entre os homens".
O prezado confrade Divaldo Pereira Franco, em entrevista concedida à Revista Espírita Allan Kardec, ano V - agosto a outubro/92, esclarece que a grande maioria dos não evoluídos, que ainda não tiveram reencarnações na Terra, apresentam-se, não raro, com formas especiais, de pequena dimensão, o que deu origem aos diversos nomes nas sociedades mitológicas do passado. Divaldo refere ainda que, pessoalmente, por experiências mediúnicas, acredita que alguns vivem o período intermediário entre as formas primitivas e as hominais, preparando-se para futuras reencarnações humanas.
Nessa mesma revista, encontra-se narrado interessante caso ocorrido com Chico Xavier. Diz o artigo que Chico foi procurado por um casal de fazendeiros que, aflitos, buscavam socorro para espantar as cobras que infestavam suas terras. Chico recomendou a eles que levassem à fazenda um benzedor, que naturalmente é um médium de efeitos materializantes. "Quando ele fizer suas orações", recomendou Chico, "os espíritos que cuidam da Natureza utilizarão esses fluidos, tocando as cobras dali para uma região de menos perigo. Quanto a mim", complementou Chico, "minha tarefa é com os livros!" (destaques meus).
Voltemos ao LEI IX. "Ações dos espíritos sobre fenômenos da Natureza", 536 a 540:
- 538 - "Os espíritos que presidem aos fenômenos da Natureza formam uma categoria especial no mundo espírita, são seres à parte ou espíritos que foram encarnados, como nós? R - Que o serão, ou que o foram".
- 539- "Na produção de certos fenômenos, das tempestades, por exemplo, é somente um espírito que age ou se reúnem em massa? R - Em massas inumeráveis".
Onde vivem esses espíritos da natureza?
Vejamos o LE 537 - a: "...poderia, então haver espíritos habitando o interior da Terra e presidindo aos fenômenos geológicos? R: Esses espíritos não habitam precisamente a Terra, mas presidem e dirigem os fenômenos, segundo as suas atribuições".
Divaldo P. Franco também dá a sua contribuição à elucidação do assunto, na mesma fonte antes referida. Ao lhe perguntarem qual é o hábitat natural desses espíritos, responde: "A erraticidade, o mundo dos espíritos, pertencendo a uma classe própria e, portanto, vivendo em regiões compatíveis com o seu grau de desenvolvimento, de evolução, misturam-se aos homens e vivem, na grande maioria, na própria Natureza, que lhes serve de espaço especial" (destaque meu).
Com o título de "Espíritos não Humanos", foi publicado na Folha Espírita, artigo de Eduardo Simões, no qual, entre outras informações, lembra a evidente correlação entre a existência dos elementares, espíritos não humanos ou espíritos da natureza, com o relato da passagem em que "Jesus apazigua a tempestade" (Mt.8-23-27), repreendendo os ventos e o mar.
Conforme conclui o autor, de maneira bastante lógica, Jesus teria falado não aos ventos e ao mar mas, sim, aos espíritos não humanos que, conforme o LE 539, agem nos fenômenos da natureza.
Fica uma advertência importante, a exarada por Gúbio, de que esses espíritos são inclinados ao bem ou ao mal, na dependência do tipo de influência que sofram, dada a característica "infantil" de suas mentes e devendo, portanto, merecer o respeito de todos nós, como seres em evolução que certamente estão trilhando os mesmos caminhos que já percorremos.
Irvênia Prada
EUTANÁSIA
P: O que você pensa da eutanásia aplicada nos animais?
R: Acredito na eutanásia como meio de aliviar-lhes um sofrimento que não se pode aliviar com os métodos terapêuticas convencionais. Mas note que não há restrições desde que seja praticado por um profissional devidamente apto, ou seja, um médico veterinário que, segundo a legislação e segundo a recomendação do próprio Emmanuel, mentor de Francisco Cândido Xavier, é a única pessoa capaz de avaliar esta necessidade. O veterinário também é a única pessoa habilitada a manipular as substâncias próprias deste procedimento com segurança, de modo brando e sem sofrimento. Ele usará uma anestesia que tirará a consciência do animal e provocará uma sedação para, em seguida, aplicar uma outra substância capaz de provocar a parada cardíaca.
A interrupção da vida de um animal por qualquer motivo que seja e não vise ao alívio de algum sofrimento recebe outro nome: assassinato. Tirar a vida de um animal futilmente é motivo de condenação nossa e certamente teremos de responder por atitudes como esta posteriormente.
"O Espírito do animal é classificado, após a morte, pelos Espíritos que a isso compete, e quase imediatamente são utilizados." (Espírito da Verdade).
P: Tive de sacrificar uma pastora de 13 anos que estava com câncer, mas isso me pesou muito. Fiquei triste e até arrependida. Queria saber se ela sofreu muito com este procedimento e como é a vida espiritual dos animais.
R: Quando o animal sofre muito em função de alguma enfermidade degenerativa que não poderá ser curada com os meios terapêuticos disponíveis e o sofrimento já se configurou como algo insuportável, o melhor é a eutanásia, que é uma conduta terapêutica que visa aliviar o sofrimento. Por meio dela são feitas aplicações de substâncias que provoquem uma parada respiratória e cardíaca. No entanto isso somente é feito após a aplicação de um sedativo potente que desconecte a consciência do animal da realidade, para que não sofra no momento em que a substância letal esteja agindo. Este procedimento apenas pode ser feito por um médico veterinário, da maneira mais adequada e para que não haja sofrimento ao animal. O animal e o médico que age neste sentido nunca estão sozinhos. Sempre há uma equipe espiritual acompanhando os procedimentos de eutanásia visando a um retorno tranqüilo dos animais ao mundo espiritual, onde serão preparados para a nova experiência que se seguirá, em outra reencarnação que lhe será oferecida.
Uma vez entrando na dimensão espiritual, são assistidos de perto e acompanhados com toda a atenção possível, e seu retorno poderá ocorrer rapidamente ou não.
O espírito não sente dor nem sofre como sofria quando encarcerado no corpo físico. Estando livre do físico, a recuperação da saúde é imediata.
"O Espírito do animal (na dimensão espiritual)... não tem tempode se colocar em relação com outras criaturas."Espírito Verdade)
P: Sou veterinária e tenho uma dúvida importante. O que fazer quando aparece um animalzinho doente, sofrendo em fase terminal. Posso fazer eutanásia ou não, segundo a visão espírita?
R: Para os animais não é levada em grande consideração a lei de causa e efeito como é para os seres humanos. Para nós é importante que vivamos cada segundo até o derradeiro, mas para os animais esta lei não exige deles retratações e pagamento de dívidas porque eles são como crianças. Não podemos cobrar de uma criança a atitude ou responsabilidade de um adulto. Os animais vivem no mundo físico para adquirir experiências de vida que contribuam para esta evolução e como eles não possuem tais débitos elevados com aquela Lei, a eutanásia, quando os animais estão passando por casos extremos de sofrimento, não havendo como se recuperar desta dor, tendo sido tentados todos os meios conhecidos e possíveis de amenizar-lhe tal sofrimento, é um método terapêutico. Interrompemos uma vida de sofrimento para que renasçam em um novo corpo sadio e completo para retomar as suas experimentações.
A eutanásia já está nos planos dos Espíritos superiores que cuidam dos animais e que a incluem como meio de aliviar-lhes os sofriimentos.
"A alma dos animais conserva a individualidadedepois da morte." (Allan Kardec)
P: No ano passado tive que mandar fazer eutanásia em uma cachorrinha vira-lata, que estava com câncer de mama. Levei ao veterinário e ele disse que não restava outro meio. A pergunta é: Ela pode ser um dos meus cachorros? Quando olho nos olhos da minha Zica e da Brendinha eu sinto isso.
R: Quando os animais desencarnam, eles têm uma tendência a retomar rapidamente ao mundo físico; Espíritos superiores se encarregam disso. Por isso encontramos no O Livro dos Epíritos, que eles (os animais) não têm tempo para uma vida de relação, portanto não vivem como seres errantes. Ao chegarem ao Mundo Espiritual são, rapidamente, colocados em contato com as colônias que os preparam para reencarnar. Em pouco tempo retornam ao mundo físico encarnados como embriões que se desenvolvem, passando por todas as fases de crescimento até o momento do nascimento. Talvez um destes animais que você tem em casa seja um deles, se nasceram depois de, no mínimo, dois meses e meio após ela deixar o corpo físico. Se já existiam antes disso, então, não. Talvez, então, volte por intermédio de uma ninhada que esteja a caminho. Ou não retorne mais a este mesmo lar, se seu aprendizado ali já tenha terminado.
"A alma do animal sobrevive ao corpo. " (Kardec)
P: Fale sobre eutanásia praticada por veterinários, às vezes a pedido do dono do animal.
R: A eutanásia é um último recurso usado para aliviar o animal de um sofrimento do qual não se recuperará e não um meio de os donos descontentes de se livrarem de um incômodo. Se for retirada a vida de um animal sadio por simples comodidade dos que querem se livrar de seu animal, por ser velho ou por ser imperativo, por exemplo, neste caso não se falará em eutanásia, mas, sim, em assassinato. Não se pode tirar a vida de uma pessoa ou animal por simples comodidade. O veterinário consciente de suas obrigações, como médico, não deveria aceitar proceder a eutanásia a pedido dos donos, a menos que concorde que não haja tratamentos que possam recuperá-lo do sofrimento. O médico veterinário, após passar anos pelos bancos de faculdades, sabe avaliar a necessidade ou não de se proceder à eutanásia. Os donos podem até mesmo cogitar da possibilidade, mas é o veterinário quem dirá se é ou não válida esta prática em um caso específico. Proceder à eutanásia por comodismo ou por simples meio de obter vantagens financeiras é condenável.
"A inteligência é assim o ponto de encontro entre a almados animais e a alma dos homens." (Allan Kardec)
P: Eu gostaria de saber o que acontece a um cão que falece por eutanásia.
R: Quando um animal falece, seu Espírito é amparado por espíritos encarregados de encaminhá-lo aos locais adequados no Plano Espiritual. Não importa se falecem naturalmente ou por eutanásia, eles são igualmente assistidos e amparados pelas equipes espirituais. Quando um veterinário procede à eutanásia, ele usa anestesia geral para que, perdendo a consciência e dormindo profundamente, o animal se desligue parcialmente do corpo. Em seguida a equipe espiritual, que se encarrega deste animal, procede aos desligamentos complementares deste corpo para que seu corpo espiritual separe-se de modo definitivo, enquanto o espírito do animal mantém-se também inconsciente naquela outra dimensão. Então além do desligamento parcial criado pela anestesia, há o desligamento complementar promovido pelos espíritos. Logo após, o veterinário, aplicando alguma substância letal, consegue provocar uma parada cardíaca no corpo físico. Neste momento o espírito do animal já não se encontra mais ligado a ele. Portanto, deste modo não há sofrimento nem dor neste procedimento.
"Visto que os animais têm uma inteligência que lhes dá uma certa Liberdadede ação, há neles um princípio independente da matéria." (Allan Kardec)
P: Meu cachorrinho sofria de insuficiência renal crônica, um tumor no testículo e inflamação crônica na coluna. Decidimos pela eutanásia, mas me sinto culpada desde que vi seu corpinho sem vida. Queria saber se o Espírito dele já está livre das dores que o corpo terreno lhe proporcionava. Queria ter certeza de que ele está bem e feliz.
R: As equipes espirituais, que se encarregam dos animais, se esmeram em evitar que sofram desnecessariamente. Quando desencarnam, eles imediatamente se vêem livres das dores que lhes provocavam sofrimento. Eles são tratados de modo a eliminar as dores e corrigir as formas corporais e fisiologia corporal (do corpo espiritual) antes de serem enviados à reencarnação ou trabalhos voluntários ao lado dos Espíritos. Quando encaminhados à reencarnação, seus corpos são reconstituídos e preparados para a miniaturização que antecedem ao retorno ao mundo físico. Neste processo, todo o sofrimento evidente nos momentos que antecederam o desligamento (em decorrência da própria enfermidade) desaparece para dar lugar a um corpo, sadio e perfeito em que não há mais dores e sofrimento. No entanto, no caso de morte provocada sem as devidas providências preventivas provocada por algum leigo e não por um veterinário) as conseqüências são diferentes. Quando no desligamento não foi usada anestesia e substâncias tóxicas causaram lesões ao corpo espiritual, as equipes espirituais têm mais trabalho em recuperar a saúde do animal lesado e o sofrimento é maior também. E prolonga-se porque o desligamento entre o corpo físico e o espiritual é mais lento. Neste caso o animal mantém a consciência por mais tempo, permanece ligado ao corpo físico por mais tempo, mas mesmo assim o alívio é imediato quando as equipes o desligam em definitivo. Então, em geral, são tornados inconscientes e permanecem em estado de suspensão. Algumas vezes têm permissão para ficar acordados durante o processo de desligamento e após também. Uma vez desligados, o sofrimento desaparece e a felicidade toma o lugar da dor.
Se a eutanásia foi feita por uma pessoa que evitou a dor, então ele nada sentiu e somente encontrou a felicidade no outro lado da vida.
EXPIAÇÃO ANIMAIS
Em texto assinado por Carlos de Brito Imbassahy, publicado pelo Jornal Espírita, edição de Fevereiro de 1999, o mesmo tenta dar resposta a um leitor de nome João que afirma existirem animais no plano espiritual. Infelizmente no meio espírita muitos pensam da mesma maneira. Para responder mais esse lamentável achismo, sem rodeios, basta recorrermos ao Livro dos Médiuns, cap. XXV, Evocação dos animais, onde encontramos o seguinte : "Podemos evocar o Espírito de um animal?". Os Espíritos responderam: "Depois da morte do animal, o princípio inteligente que havia nele, fica em estado latente; este princípio é imediatamente utilizado por certos Espíritos encarregados deste cuidado para animar de novo seres nos quais continua a obra de sua elaboração. Assim, no mundo dos Espíritos, não há Espíritos de animais errantes, mas somente Espíritos humanos. Isto responde à sua pergunta".
Ou ainda, na questão 600 do Livro dos Espíritos : "A alma do animal, sobrevivendo ao corpo, fica num estado errante, como a do homem, após a morte?" Resposta: "Fica numa espécie de erraticidade, pois não está unida a um corpo, mas não é um Espírito errante. O Espírito errante é um ser que pensa e age por sua livre vontade; o dos animais não tem a mesma faculdade. É a consciência de si mesmo que constitui o atributo principal do Espírito. O Espírito do animal é classificado, após a morte, pelos Espíritos incumbidos disso, e utilizado quase imediatamente: não dispoõe de tempo para se por em relação com outras criaturas."
Em outra passagem, Imbassahy afirma que os animais estão sujeitos à mesma lei de causa e efeito, ou seja a mesma lei de resgate que os homens. Novamente, recorreremos ao L.E., pergunta 602: "Os animais progridem como o homem, por sua própria vontade, ou pela força das coisas?". Resposta: "Pela força das coisas; e é por isso que para eles, não existe expiação". Essa questão é complementada posteriomente na questão 604-a: "A inteligência é assim uma propriedade comum, um ponto de encontro entre a alma dos animais e a do homem?". Resposta: "Sim, mas os animais tem senão a inteligência da vida material; nos homens, a inteligência produz a vida moral".
Apesar dos Espíritos serem muito claros em suas respostas, teceremos ainda assim algumas considerações. É evidente que os animais não podem estar sujeitos a mesma lei de ação e reação que os homens, porque somente este participa da vida moral. É insensato acreditar que os animais sofram as consequências de seus atos, sejam eles quais forem. Se os mesmos, como afirmam os Espíritos superiores, não possuem nem ao menos consciência de si mesmos, como podem possuir consciência de suas ações? Ora, somente os homens, participando da vida moral, possuem capacidade cogniscível para diferenciar uma atitude boa de uma ruim, o bem do mal, erros e acertos, porque, reconhecendo-se como uma individualidade, reúne condições de questionar-se, avaliar ações e principalmente reconhecer-se como fonte geradora das mesmas. Isso consequentemente o habilita a responder e admitir responsabilidades sobre elas, sofrendo suas consequências. Eis a finalidade do resgate. O animal somente possui individualidade e uma inteligência rudimentar nesta etapa de sua evolução.
Caso estivessem realmente sujeitos a mesma lei de ação e reação que os homens, a recíproca também deveria ser verdadeira. Portanto, deveriam receber as recompensas pelos seus supostos atos bons. Outro absurdo. A questão recai na mesma questão relatada acima (602). Se para eles não existe expiação, necessariamente não pode haver recompensas. Se não pode expiar porque não possui vida moral, também não pode ser recompensado.
Para exemplificar, notemos que quando um cão é treinado para matar ou treinado para auxiliar a um deficiente visual, ele não sabe que está cometendo um ato ruim ou um ato bom. Ele foi simplesmente condicionado a isso. Somos nós quem classificamos isto ou aquilo de bom ou ruim, porque somente os seres humanos é que possuem discernimento para interpretar que matar é ruim e que auxiliar ao necessitado é bom. Podemos afirmar: Mas nem todos os homens pensam dessa maneira. Exato. Nem todos os homens podem classificar matar como ruim e auxiliar como bom. Porém, ainda que os Espíritos obedeçam aos imperativos de seu grau evolutivo, podemos seguramente afirmar que, todos, tendo alcançado o estado hominal já possuem capacidade de distinguir o bem do mal, ainda que não o façam em sua condição atual.
Nos homens o fato de não proceder dessa maneira não significa que não possam. Os animais entretanto não o fazem porque não podem. Ainda não reuniram condições para isso. Aliás, se pudessem expiar, é porque poderiam responder por si próprios e se pudessem responder por si próprios, poderiam igualmente escolher as provas que os fizesse adiantarem-se. Não seria justo "cobrá-lo" e não oferecer-lhe liberdade de escolha sobre meios que os fizessem progredir.
Somente os homens estão sujeitos a lei de ação e reação. Os animais, não. E isso não faz com que as leis divinas percam seu equilíbrio. Ao contrario, mostra-nos ainda mais sua coerência e justiça perfeitas, colocando as coisas nos seus devidos lugares, conforme nos revela a questão 618 do L.E.: "As leis divinas são as mesmas para todos os mundos?". Resposta: "A razão diz que elas devem ser apropriadas á natureza de cada mundo, e proporcionais ao grau de adiantamento dos seres que os habitam".
Realmente, as leis de Deus devem ser proporcionais ao nível evolutivo das criaturas. Da mesma maneira que animais não podem expiar, plantas e mineirais, apesar de estarem na mesma escala evolutiva do Espírito, também não podem. Seria ridículo pensar que a erva daninha seja punida futuramente, devendo resgatar seu ato, porque devastou uma plantação.
Finalizando, as análises feitas a respeito da lei de ação e reação sobre os animais, nos serve ainda para demonstrar a inutilidade desses seres no plano espiritual. Com que fim estariam na espiritualidade se não guardam consciência de si mesmos? Que progresso alcançariam se não podem reavaliar ou planejar suas existências, se não podem gozar ou expiar?
O assunto é longo. O primordial é compreendermos as respostas dadas pelos Espíritos da codificação para não cairmos em novas divagações absurdas, que somente trazem desordem ao Movimento Espírita. Poderíamos poupar muitas confusões doutrinárias se nos dedicássemos a estudar profundamente os ensinamentos contidos na Codificação. Sem dúvida, acreditar em Jesus, no Espírito de Verdade e em Kardec, tanto quanto em Espíritos atrasados ou em opiniões particulares, é direito de cada um. Mas, evitar a propagação de falsas interpretações ou idéias é um dever de todo espírita verdadeiro.
CUIDADOS PARA A NOITE DE VIRADA DE ANO E NATAL
ANIMAIS
>> domingo, 21 de dezembro de 2008
Dai-lhes remédios na enfermidade e repouso na velhice!
ZEBRAS
>> sábado, 20 de dezembro de 2008
Em nossa terra de agora,
Por força da loteria,
A zebra é que representa
Os fracassos de hoje em dia.
De minha parte, ignoro
Qual a razão do sinal
Com que se marcou assim
O pobre desse animal.
Mas, já que estamos no assunto
Que não sei de onde provém,
Posso dizer com certeza
Que há muita zebra no Além.
Uma delas é a preguiça
Que nos atira na fossa,
Outra á carango sem freio,
Outra ainda é a farra grossa.
Temos aqui outras tantas,
Capim mimoso, trapaça,
Mão grande, conversa mole,
Bolinha, erva e cachaça.
Para contar tantas frias
Preciso verbo mais forte,
São piores que as do mundo
As zebras depois da morte.
Espírito de Jair Presente
Livro: Loja de alegria – Psicografia Francisco Cândido Xavier
CHICO XAVIER E OS ANIMAIS
>> sexta-feira, 19 de dezembro de 2008
DO LIVRO: Chico Xavier - O Homem, o Médium, o Missionário
O DESCONHECIDO MENINO JESUS E OS ANIMAIS
>> quinta-feira, 18 de dezembro de 2008
Qual o futuro que a família de José poderia esperar para aquele menino bom, belo, correto, mas sonhador, ingênuo, contraditório e fujão ?
Seus familiares estranhavam seu excesso de boa fé e a indiferença diante dos perigos. Jesus penetrava nos bosques, surpreendendo as feras nômades que o fitavam inquietas e sem coragem de agredi-lo, ante a refulgência que percebiam no seu campo astral.
Nunca o menino Jesus usou de qualquer meio para matar um pássaro, destruir um réptil, um inseto ou um batráquio. Viam-no costantemente curvar-se para o solo e colher verme repelente na folha vegetal, para situá-lo fora dos perigos do caminho. Ficava profundamente surpreso e comovido, sem compreender a origem de sua culpa, quando ouvia severas admoestações de Maria e José para que não arriscasse a sua vida inocente nos arvoredos envelhecidos em que subia para proteger os ninhos perigosamente pensos nos galhos rotos. Eram manifestações inúteis, pois tornavam a encontrá-lo depois entre o esvoaçar festivo dos pássaros que lhe arrancavam risos cristalinos e pareciam compreender o seu carinho para com os seus filhotes implumes.
Nunca se pôde matar qualquer ave ou animal na presença do menino Jesus. Esse espetáculo doloroso deixava-o abatido e enfermo, sendo demorada a sua volta para a vida comum. Nos brinquedos e folguedos costumeiros, qualquer perversidade cometida contra os animais tornava-o subitamente silencioso e com uma expressão de censura tão veemente no olhar, que muitos dos seus companheiros chegavam a se atemorizar. Mais de uma mãe chegou a dizer que o filho de Maria era “tocado” da cabeça.
Jesus, desde pequenino, revelou profunda repugnância pela carne. Quando, sob insistência, ele a experimentava, sempre sofria de choques anafiláticos e as consequentes urticárias. A família foi tratando de evitar pouco a pouco, substituindo o alimento. O astral demasiadamente instintivo e inferior do animal produzia tremendo impacto na tessitura delicadíssima do seu corpo etérico, desamornizando-lhe o sistema endócrino e produzindo um quimismo tóxico que provocava febre por alguns dias devido à queima necessárias das toxinas que invadiam o delicado organismo.
Jesus terminou os seus dias avesso à alimentação carnívora. No seu símbolo de ternura apostólica, ele parte um pedaço de pão e afirma:
“ Eis o meu corpo”. Mesmo na hora em que ofereceu singela ceia os apóstolos e que a tradição religiosa dramatizou para firmar mais um dogma, o Mestre ainda se decide pelo pão em lugar da carne, deixando imorredoura lição contra o péssimo hábito da ingestão de vísceras animais.
O PERU E O NATAL
>> quarta-feira, 17 de dezembro de 2008
COMER OU NÃO COMER CARNE
>> terça-feira, 16 de dezembro de 2008
- Nossa alimentação exige o sacrifício dos animais?
Em Missionários da Luz, Cap. 4, "Vampirismo", André Luiz oferece-nos maravilhosa lição, abrindo o nosso entendimento a respeito do assunto. É Alexandre, seu instrutor no momento, quem esclarece: ""... a nossa inteligência, tão fértil na descoberta de comodidade e conforto, teria recursos de encontrar novos elementos e meios de incentivar os suprimentos proteicos ao organismo, sem recorrer às indústrias da morte".
Acho essa lição maravilhosa porque ela nos impulsiona, nos motiva a conquistar mais um passo, em nossa caminhada evolutiva. Somos advertidos de que nossa inteligência já tem recursos de buscar o suprimento proteico de que necessitamos, em outras fontes que não mediante o sacrifício da vida dos animais. Não precisamos mais nos acomodar à antiga noção de que a nossa saúde não se manteria sem o consumo de carne. No próprio LE 723 encontramos a questão: ''A alimentação animal, para o homem, é contrária à lei natural?" Na resposta, lemos: "Na vossa constituição física, a carne nutre a carne, pois do contrário o homem perece. A lei de conservação impõe ao homem o dever de conservar as suas energias e a sua saúde, para poder cumprir a lei do trabalho. Ele deve alimentar-se, portanto, segundo a sua organização".
De fato, a alimentação humana não pode prescindir de proteínas, ácidos graxos essenciais (elementos encontrados em óleos e gorduras), açúcares, vitaminas e minerais. Entretanto, temos a errônea noção de que só a carne é rica em proteínas.
Mas elas também podem ser encontradas em outras fontes como ovos e leite, de origem animal, além de uma infinidade de vegetais.
Uma dieta variada em itens vegetais (frutas, verduras, grãos) já atende bastante nossas necessidades. Se somarmos a isso a ingestão de alguns produtos de origem animal (leite, seus derivados e ovos), então as exigências de nosso corpo, em termos de aporte nutricional, estarão completamente satisfeitas.
É o próprio LE 720a, que nos leva nessa direção: "Há privações voluntárias que sejam meritórias?" Resposta: "Sim: a privação dos prazeres inúteis, porque liberta o homem da matéria e eleva sua alma ... "
Então, se podemos conservar as nossas energias e a nossa saúde, privando-nos voluntariamente do consumo de carne, isso não é meritório? Se está ao nosso alcance poupar a vida e o sofrimento de outros seres vivos, por que não fazê-lo?
O pessoal do GRÃO - Grupo de Apoio e Orientação, de Ribeirão Preto - SP, cujo objetivo é a divulgação de mensagens enviadas pelos espíritos, à luz da Doutrina Espírita, referentes ao amor e ao respeito pelos animais, passou-me este interessante texto de Emmanuel, contido em O Consolador:
- Pergunta 129: É um erro alimentar-se o homem com a carne dos irracionais?
Resposta: "A ingestão das viceras dos animais é um erro de enormes conseqüencias, do qual derivaram numerosos vícios da nutrição humana. É de lastimar, semelhante situação, mesmo porque, se o estado de materialidade da criatura exige a cooperação de determinadas vitaminas, esses valores nutritivos podem ser encontrados nos produtos de origem vegetal, sem a necessidade absoluta dos matadouros e frigoríficos.
Temos de considerar porém a máquina econômica do interesse e harmonia coletiva, da qual tantos operários fabricam o seu pão cotidiano. Suas peças não podem ser destruídas de um dia para o outro, sem perigos graves. Consolemo-nos com a visão do porvir, sendo justo trabalharmos delicadamente pelo advento dos tempos novos em que os homens terrestres poderão dispensar da alimentação os despojos sangrentos de seus irmãos inferiores."
André Luiz, em Missionários da Luz, Cap., "Vampirismo" expõe sua estranheza à infeliz condição de "muita gente na terra que vive à mercê de vampiros invisíveis". Indaga ele, então: "E a proteção das esferas mais altas? E o amparo das entidades angélicas, a amorosa defesa de nossos superiores?"
A resposta de Alexandre, o instrutor, não tarda: "André, meu caro". Em todos os setores da Criação, Deus, nosso Pai, colocou os superiores e os inferiores para o trabalho de evolução, através da colaboração e do amor, da administração e da obediência", no capítulo da indiferença para com a sorte dos animais, da qual participamos no quadro das atividades humanas, nenhum de nós poderia, em sã consciência, atirar a primeira pedra. Os seres inferiores e necessitados do Planeta não nos encaram como superiores generosos e inteligentes, mas como verdugos cruéis ...
Se não protegemos e nem educamos aqueles que o Pai nos confiou, como germes frágeis de racionalidade nos pesados vasos do instinto; se abusamos largamente de sua incapacidade de defesa e conservação, como exigir o amparo de superiores benevolentes e sábios, cujas instruções mais simples são para nós difíceis de suportar, pela nossa lastimável condição de infratores da lei de auxílios mútuos?"
Vale a pena revermos esse trecho em que Alexandre fala a André Luiz: "Por que tamanha estranheza? - perguntou o cuidadoso orientador - e nós outros, quando nas esferas da carne? Nossas mesas não se mantinham à custa das vísceras dos touros e das aves? A pretexto de buscar recursos protéicos, exterminávamos frangos e carneiros, leitões e cabritos incontáveis. Sugávamos os tecidos musculares, roíamos os ossos. Não contentes em matar os pobres seres que nos pediam roteiros de progresso e valores educativos, para melhor atenderem à Obra do Pai, dilatávamos os requintes da exploração milenária e infligíamos a muitos deles determinadas moléstias para que nos servissem ao paladar, com a máxima eficiência. O suíno comum era localizado por nós, em regime de ceva, e o pobre animal, muita vez à custa de resíduos, devia criar para nosso uso certas reservas de gordura, até que se prostrasse, de todo, ao peso de banhas doentias e abundantes. Colocávamos gansos nas engordadeiras para que hipertrofiassem o fígado, de modo a obtermos pastas substanciosas destinadas a quitutes que ficaram famosos, despreocupados das faltas cometidas com a suposta vantagem de enriquecer os valores culinários. Em nada nos doia o quadro comovente das vacas-mães, em direção ao matadouro, para que nossas panelas transpirassem agradavelmente".
Aí fica a sugestão do inspirado mentor Alexandre para que pensemos no assunto: "Abandonando as faixas de nosso primitivismo, devemos acordar a própria consciência para a responsabilidade coletiva. A missão do superior é a de amparar o inferior e educá-lo. E os nossos abusos para com a Natureza estão cristalizados em todos os países, há muitos séculos. Não podemos renovar os sistemas econômicos dos povos, dum momento para outro, nem substituir os hábitos arraigados e viciosos de alimentação imprópria, de maneira repentina. Refletem eles, igualmente, nossos erros multimilenários. Mas, na qualidade de filhos endividados para com Deus e a Natureza, devemos prosseguir no trabalho educativo, acordando os companheiros encarnados, mais experientes e esclarecidos, para a nova era em que os homens cultivarão o solo da Terra por amor e utilizarão dos animais, com espírito de respeito, educação e entendimento ...
Semelhante realização é de importância essencial na vida humana, porque, sem amor para com os nossos inferiores, não podemos aguardar a proteção dos superiores; sem respeito para com os outros, não devemos esperar o respeito alheio. Se temos sido vampiros insaciáveis dos seres frágeis que nos cercam, entre as formas terrenas, abusando de nosso poder racional ante a fraqueza da inteligência deles, não é demais que, por força da animalidade que conserva desveladamente, venha a cair a maioria das criaturas em situações enfermiças pelo vampirismo das entidades que lhes são afins, na esfera invisível".
Os Recursos do Estábulo
E se optarmos por buscar os recursos proteicos de nossa alimentação, poupando a vida dos animais, é o próprio Alexandre quem aconselha: " ... 0 aumento dos laticínios, para enriquecimento da alimentação, constitui elevada tarefa ... "E completa com uma assertiva sobre a qual venho pensando muito e cujo real significado, de tão grande, sinto talvez não tenha ainda condições de aprender: " ... porque tempos virão, para a humanidade terrestre, em que o estábulo, como o lar, será também sagrado". (destaque meu). Não é fácil entender o que Alexandre está nos dizendo. Vejamos! Constitui elevada tarefa o aumento da produção de laticínios, para enriquecimento da alimentação humana, De fato, o leite, os queijos, o creme de leite, a nata etc., são fontes riquíssimas não apenas de proteína, mas de outros elementos importantes em nossa nutrição. Portanto, recorrer aos seus derivados, seria perfeitamente válido. Entretanto, vem a contraparte - "o estábulo, como o lar, será também, sagrado".
Certamente ainda teremos de evoluir muito, para conseguir esse nível de entendimento e de libertação de nosso egocentrismo e egolatria. Tomara chegue mesmo esse dia, porque hoje, como já disse alguém, muito sofrimento dos animais ainda acompanha o nosso copo de leite. Infelizmente, em nosso meio, para que as criações de gado leiteiro sejam economicamente viáveis, a maioria dos bezerros machos são descartados, sendo encaminhados para os matadouros; os que permanecem (a maioria fêmeas) são imediatamente, após o parto, separados de suas mães entre berros de ambas as partes; as vacas matrizes (vacas parideiras) são submetidas a intenso processo de seleção genética, para que se transformem em verdadeiras máquinas produtoras de leite, mal podendo movimentar-se com seus enormes úberes. Quem duvidar, é só dar um pulo nesses abomináveis concursos de produção leiteira e conferir o que andam fazendo com as pobres vacas!
Há pouco tempo, ao comentar esses fatos, tive a feliz notícia de que um veterinário de Minas Gerais está conseguindo viabilizar uma criação de gado leiteiro, de maneira humanitária, como se diz, com razoável obtenção de lucros. Seja benvindo!
Também quanto à obtenção de ovos das galinhas, já começam a existir meios alternativos de criação das aves, que não o de ficarem confinadas e apertadas em restritas gaiolas nas quais não conseguem dar sequer um passo! Além disso, sofrem a famosa "debicagem", isto é, corte de parte de seu bico por lâmina incandescente, do que resulta um processo inflamatório com edema inclusive da região dos olhos. E para que produzam tudo o que possam e mais um pouco, no final do período de postura são submetidas à chamada "muda forçada", ou seja, mediante restrição alimentar, provoca-se a queda de suas penas e severo emagrecimento. Em seguida a esse estresse, são submetidas novamente a alimentação normal, do que resulta uma postura de melhor índice.
Nessas criações alternativas a que me referi, as aves são criadas naturalmente, soltas, à vontade, ciscando, comendo e botando ovos ... Felizmente! Parte desses ovos é aproveitada para consumo na alimentação humana, e outra parte, de ovos galados (fecundados) é orientada para o setor de reprodução das aves.
Quem sabe, aos poucos, vamos aprendendo a respeitar aqueles que nos ajudam a nos mantermos vivos e saudáveis. Nesse sentido é que aceito a citação de Erasto, no LM 2ª - XXII. 236:
"Deus pôs os animais ao vosso lado como auxiliares para vos alimentarem, para vos vestirem e vos ajudarem ... "
Entendo que os animais podem nos auxiliar em nossa alimentação, não com o sacrifício de suas vidas ( aliás, isso não consta do texto de Erasto nem do LE 723) mas, com os produtos que possam nos ceder, como o leite e os ovos. Também podem nos auxiliar em nossas vestimentas, sem que lhe arranquemos a pele mas, por exemplo, valendo-nos de sua lã, mediante tosquia adequada. Em uma camiseta com a figura de um filhote de raposa li a sugestiva frase: "Su madre tien abrigo de piel? De la mia, lo arrancaron". De fato eles podem nos auxiliar de muitas maneiras. Que o digam muitos idosos e solitários cuja única companhia, sempre fiel e amiga, é a de seu cão ou gato. Que o diga a nossa querida Francisca que vive no Abrigo Padre Vitor, anexo ao Centro Espírita Luz e Caridade, em Itobi - SP, sempre rodeada de seus gatos, que tanto ama.
No livro "50 Anos Depois", de Emmanuel, psicografado por Francisco Cândido Xavier (FEB, 2lª ed.,1940), às pag. 318 e 319 lê-se interessante passagem que exemplifica o poder do amor para com toda a criação. O diálogo é entre Helvídio Lucius e o Irmão Martinho, figura masculina que na realidade oculta a identidade de sua filha Célia, a quem procura e ainda não reconhece. Helvídio admira-se que a terra lá se mostre tão dadivosa e exuberante, ao que Martinho retruca: - "Não sei, aqui tão somente amamos muito a terra! Nossas arvores frutíferas nunca são cortadas, para que recebamos as suas dadivas e as suas flores. Os cordeiros nos dão a lã preciosa, as cabras e as jumentas, o leite nutritivo, mas não os deixamos matar nunca. As laranjeiras e oliveiras são as nossas melhores amigas. Às vezes, é à sua sombra que fazemos nossas preces, nos dias de repouso. Somos, aqui, uma grande família. E os nossos laços de afeto são extensivos à Natureza"(destaques meus).
E o Irmão Martinho continua: "Um dia observamos que os cabritos mais idosos gostavam de perseguir os cordeirinhos mansos e pequeninos. Então, as crianças da escola, recordando que Jesus tudo obtinha pela brandura do ensinamento, resolveram auxiliar-me na criação das ovelhas e das cabras, construindo para isso um só redil ... Ainda pequenos, uns e outros, filhos de mães diferentes, eram reunidos em todos os lugares e, com o amparo dos meninos, levados às nossas preces e aulas ao ar livre. As crianças sempre acreditaram que as lições de Jesus deveriam sensibilizar os próprios animais e eu as tenho deixado alimentar essa convicção encantadora e suave. O resultado foi que os cabritos brigões desapareceram. Desde então, o redil foi um ninho de harmonia. Crescendo juntos, comendo a mesma relva e sentindo sempre a mesma companhia, uns e outros eliminaram as instintivas aversões!. .. Por mim, observando essas lições de cada instante, fico a pensar como será feliz a coletividade humana quando todos os homens compreenderem e praticarem o Evangelho! ... "
O ouvinte sensibiliza-se e comenta: - "Irmão Marinho, estou compreendendo, agora, a exuberância da terra e a maravilha da paisagem. Todos esses feitos são um milagre do devotamento com que vindes consagrando todas as energias à terra benfazeja! Tendes amado muito e isso é essencial. Por muitos anos, fui também homem do campo mas, até agora, venho explorando o solo apenas com o interesse comercial. Agora compreendo que, doravante, devo amar também a terra, se algum dia regressar à lavoura. Hoje entendo que tudo no mundo é amor e tudo exige amor".
Que belíssima lição de vida em harmonia com tudo e com todos!
A Questão Vibratória
Outra razão para não se comer carne, é a de, com isso, se acabar com os matadouros. Quanto aos bovinos, além do horror de serem abatidos a maneta ou a pistola, centenas deles por dia, imagine-se o ambiente espiritual desses locais de matança! André Luiz nos informa que, nesses lugares, amontoam-se espíritos de baixa condição vibratória que lá comparecem para vampirizar o fluido vital que se desprende dos animais sacrificados. Repetem-se as cenas relatadas no Velho Testamento (veja-se o terceiro livro de Moisés, chamado Levítico), em que os animais eram sacrificados, sendo seu sangue espargido pelos altares. Por aí percebemos que o "Senhor", que recomendava esses procedimentos, nada tinha de divino; pelo contrário, representava entidade bastante necessitada. Na moderna versão dos matadouros, o "Senhor" também somos nós, que ainda nos valemos dos animais sacrificados, alimentando-nos de suas carnes.
São palavras do Irmão X, em Treino para a Morte, F. C. Xavier:
"O lombo de porco ou o bife de vitela, temperados com sal e pimenta, não nos situam muito longe de nossos antepassados, os tamoios e os caiapós, que se devoravam uns aos outros ... comece a renovação de seus costumes pelo prato de cada dia. Diminua gradativamente a volúpia de comer carne dos animais. O cemitério na barriga é um tormento, depois da grande transição".
A Implicação Ecológica do Comer ou não Comer Carne
Para Jeremy Rifkin, autor do livro Beyond Beef The Rise and Fall Cattle Culture (Além do Bife: Ascensão e Queda da Cultura do Gado) a sempre crescente população bovina afeta diversos ecossistemas da Terra, destruindo seus hábitats em seis continentes, sendo fator primário da destruição de florestas tropicais e da desertificação do sub-Saara africano e do Oeste dos EUA e da Austrália. Em 1996 havia 1,3 bilhão de bois e vacas no mundo, ocupando 24% da área de terra útil do planeta. O peso coletivo desses bovinos é superior ao peso coletivo dos humanos. Esse gado consome um terço de toda a safra de grãos do planeta, enquanto um bilhão de pessoas sofre de fome crônica e desnutrição. Ainda para Rifkin, um acre de cereal produz cinco vezes mais proteínas do que um acre devotado à criação de gado; um acre de legumes (feijões ou lentilhas) dez vezes mais; um acre de outros legumes e verduras, até quinze vezes mais. Assim, se uma parte da terra ocupada por gado fosse destinada a culturas, a maior parte dos famintos poderia ser alimentada adequadamente.
Aliás, segundo dados bastante atuais, do setor agropecuário, um bovino ocupa área de 1,5 hectares (média brasileira), espaço adequado ao plantio de vegetais para cesta-básica, que alimentariam muitas famílias.
Em 1,5 hectares pode-se produzir, em média, 9 toneladas/ ano de arroz ou 12 toneladas/ano de milho.
A criação extensiva de gado só se faz com desmatamento. Estima-se que 40% da floresta amazônica foi devastada para a criação de gado. Tira-se a mata nativa, e com ela toda a fauna e a flora correspondentes, transformando a área em pasto para os bois. Desmatar, já desmatamos demais. O planeta precisa é ser reconstituído, em seus ecossistemas naturais. É uma questão de sobrevivência para o próprio homem.
Como podemos concluir, a opção de não comer carne pode ajudar individualmente a cada um de nós e, conjuntamente, ao nosso planeta como um todo.
Convido você a pensar nisso!
Irvênia Prada
O PÁSSARO DOURADO
>> domingo, 14 de dezembro de 2008
Conta-se que Ramsés II possuía enorme coleção de pássaros treinados para comunicação, aves semelhantes aos pombos-correio da atualidade.
Depois de algum tempo em que os mensageiros alados desempenhavam serviços de intercâmbio, com segurança e eficiência, a magnanimidade real deliberou honorificar seis deles, que se revelavam mais corajosos e fiéis.
Atendendo a isso, o grande Sesostris colocou a homenagem, entre os diversos números de festa popular.
A condecoração constaria de um leve revestimento de ouro para cada um.
No dia marcado, conquanto sob severa contenção, cinco dos pássaros em destaque escaparam céus afora.
Apenas um deles ficou retido nas mãos de alto funcionário, ante a real presença.
O faraó aproximou-se com carinho e borrifou-lhe o corpo, especialmente as asas, com finíssima poeira de ouro puro, sob os aplausos da multidão.
O pássaro condecorado, entretanto, embora liberto, permaneceu em vasta mesa do palácio, a contorcer-se, qual se quisesse desfazer-se do precioso
brinde, sempre reverenciado por todos no entanto, nunca mais conseguiu voar.
Emmanuel
Da Obra “Agora É O Tempo” – Espírito: Emmanuel – Médium: Francisco Cândido Xavier.
O QUE DIZ: O LIVRO DOS ESPÍRITOS
>> sexta-feira, 12 de dezembro de 2008
Com O homem, já não se dá o mesmo. Do ponto de vista físico, o homem constitui evidentemente um anel da cadeia dos seres vivos; mas, do ponto de vista moral, há solução de continuidade entre o homem e o animal. O homem possui, como sua particularidade, a alma ou Espírito, centelha divina que lhe dá o senso moral e um alcance intelectual que os animais não possuem; é o ser principal, preexistente e sobrevivente ao corpo, conservando a sua individualidade. Qual é a origem do Espírito? Onde está o seu ponto de partida? Forma-se ele do princípio inteligente individualizado? Isso é um mistério que seria inútil procurar penetrar e sobre o qual, como dissemos, só podemos construir sistemas.O que é constante e ressalta ao mesmo tempo do raciocínio e da experiência são a sobrevivência do Espírito, a conservação de sua individualidade após a morte, sua faculdade de progredir, seu estado feliz ou infeliz, proporcional ao seu adiantamento na senda do bem, e todas as verdades morais que são a consequência desse princípio. Quanto às relações misteriosas existentes entre o homem e os animais, isso, repetimos, está nos segredos de Deus, como muitas outras coisas cujo conhecimento atual nada importa para o nosso adiantamento, e sobre as quais seria inútil nos determos.