REMOVA AS REDES: JUNTE-SE Á CAMPANHA DA SHARK ANGELS CONTRA AS REDES PARA TUBARÕES

>> segunda-feira, 25 de maio de 2009



É difícil de acreditar que, nos dias de hoje, com tudo que sabemos acerca da diminuição populacional dos tubarões, seu papel crítico no ecossistema marinho e o baixo risco de ataque a seres humanos, a arcaica e destrutiva prática de instalação de redes para proteção de banhistas ainda exista. Mas em KwalaZulu-Natal, África do Sul, um dos poucos lugares onde tubarões e o ecossistema mantêm-se saudáveis e ainda prosperam, incontável número de tubarões-martelo, tartarugas, golfinhos e arraias encontram morte precoce enrolados em 28 km de redes instaladas perto das praias.

O que são redes para tubarão?
São essencialmente redes com malha retangular grande de nylon, com comprimento que varia entre 200 a 300 metros, posicionadas próximo à superfície e flutuando em bóias. A malha da rede é larga o suficiente para emaranhar o tubarão e não deixá-lo escapar, assim como outros animais, que morrem agonizando. Redes de emalhe são consideradas como uma das principais ameaças de sobrevivência de muitas espécies de animais marinhos.
As redes não se estendem totalmente entre a superfície e o fundo, e nem em toda a área da praia. O resultado é que os tubarões podem nadar em volta ou por baixo das redes, em águas rasas nas quais as pessoas nadam e surfam. Na verdade, o KZNSB reconhece em seu próprio site que pelo menos 33% dos tubarões mortos nestas redes estavam saindo para fora das praias, ao invés de estarem entrando, e outras fontes estimam que este número chegue perto de 70%. O objetivo não é colocar uma barreira física para manter os tubarões afastados das praias, mas controlar a população de tubarões, abatendo-os. Em muitos casos, o KZNSB coloca uma linha com iscas no lado de fora das redes, para atraí-los em direção às praias e matá-los, fisgados pelos anzóis ou nas redes de emalhe nas proximidades.
O processo é totalmente sem seletividade, pois as redes são instaladas ao longo da costa, incluindo áreas de preservação marinha. O único propósito é matar todos os tubarões na área, até espécies ameaçadas, que poderiam desfrutar de proteção legal, tal como tubarões baleia e os tubarões brancos. De acordo com o próprio site do KZNSB, a lei dos recursos de vida marinha, de 1998, controla a exploração de plantas e animais marinhos nas águas da África do Sul... o grande tubarão branco está totalmente protegido; em 1991 a África do Sul veio a ser o primeiro país do mundo a tomar esta iniciativa”. E o KZNSB, que é governado pelo Departamento de Artes Cultura e Turismo, é isento desta importante regulamentação em prol de fazer turistas sentirem-se seguros.
Kim McCoy, diretora da Campanha de Conservação dos Tubarões da Sea Shepherd e fundadora da Shark Angels Alliance, ficou indignada ao testemunhar a carnificina causada por essas redes sul-africanas. Tubarões e outros animais não têm a menor chance contra essas redes, disse. Elas foram feitas para matar sistematicamente uma espécie sem outro motivo que não impulsionar o turismo, dando uma falsa sensação de segurança a banhistas contra uma ameaça tornada sensacionalista.
Julie Andersen, co-fundadorada da Angel Shark Alliance, que lidera grupos de mergulhos com tubarões-tigre em Aliwal Shoal, aponta a ironia de se usar estas redes para aumentar o turismo, ao observar o número de turistas que viajam todos os anos à África do Sul especialmente para mergulhar com os tubarões. Os tubarões na África do Sul contribuem para a receita e geração de incontáveis empregos, disse Andersen. Tubarões vivos significam turistas, empregos e dinheiro, de forma recorrente, não como a receita gerada uma só vez, quando um tubarão é morto.
Passadas três décadas, mais que 33.000 tubarões foram mortos nas redes de do KZNSB, além de 2.000 tartarugas, 8.000 arraias e 2.000 golfinhos que ficaram emaranhados e acabaram morrendo. Esse impacto é danoso ao nosso esforço mundial de conservação dos tubarões. A existência dessas redes perpetuam um mito de que tubarões são sanguinários comedores de homens, e que as pessoas precisam de proteção contra eles. A instalação de redes reforça um desorientado e freqüente medo irracional de tubarões, legitimizando esses conceitos como válidos. Isso alimenta a maior questão encarada na conservação destes animais: a indiferença do público ou até mesmo repugnância a eles.
Podeia ser dito que existiu uma vez um tempo e um lugar para as redes de tubarão. Talvez décadas atrás, quando se conhecia pouco sobre tubarões, quando o medo de ataques era grande e a população desse animais era maior do que é hoje. A prática de instalação de redes na África do Sul começou em 1952, quando pouco se conhecia sobre o tubarão e os humanos tinham ainda que passar os próximos 50 anos destruindo os oceanos, causando irreparáveis danos e o colapso de espécies. O público queria ser 'protegido', e as redes atenderam este propósito.
Mas desde então a pesca do tubarão cresceu exponencialmente, eliminando um grande percentual da população desse animal, e o público tem aprendido aobre a importância da conservação da biodiversidade e a verdadeira natureza da relação dos tubaroes com os humanos. Em anos recentes, uma variedade de programas não letais, como o Shark Spotters na Cidade do Cabo, tem provado ser igualmente efetivo que esses animais não precisam ser mortos para co-existirem em paz com os humanos em seu reino. A necessidade de conservação dos tubarões é agora um fato estabelecido, como é o fato desses animais serem significantemente incompreendidos, como o risco ínfimo de um desagradável encontro com um tubarão.
Redes de tubarão são uma desnecessária e obsoleta prática de abordar uma questão que poderia ser facilmente resolvida fora dos caminhos letais, e eles mancham a imagem da África do Sul como líder mundial em conservação. É hora de uma mudança. É hora de tirar essas redes da água de uma vez por todas.
Assine a petição para acabar com as redes de tubarão em www.removethenets.com.
Saiba mais em www.sharkangels.org.

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