PROJETO TAMAR

>> segunda-feira, 30 de março de 2009


O Projeto Tamar, que protege as tartarugas marinhas no Brasil, chegou ao ano 2000, completando 20 anos com muito sucesso: foram quase 4 milhões de filhotes protegidos, das cinco espécies que desovam no litoral brasileiro: tartaruga de pente (Eretmochelys imbricata), cabeçuda (Caretta caretta), verde (Chelonia mydas), oliva (Lepidochelys olivacea) e tartaruga de couro (Dermochelys coriocea), todas elas na lista de espécies ameaçadas de extinção.

Em comemoração aos 20 anos, o Projeto Tamar, hoje institucionalmente ligado ao IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis -, editou um livro, produziu um vídeo e vem montando exposições comemorativas. A primeira delas aconteceu em junho deste ano, no Shopping Abasto, o maior de Buenos Aires, na Argentina. A exposição está agora na cidade de São Paulo, no Parque Água Branca, onde ficará até o dia 10 de dezembro. Em quatro mil metros quadrados, é possível ver tanques com filhotes, painéis educativos, CD-roons sobre o Projeto, réplica de ovo gigante de tartaruga, a reprodução de um cercado de incubação de ovos e uma loja com os produtos da marca Tamar.
Outra novidade é a nova base instalada no Complexo Turístico Costa do Sauípe, a 70 quilômetros de Salvador, no litoral norte da Bahia. Aliás, está é a região do litoral brasileiro onde mais desovam as espécies cabeçuda e tarataruga de pente.

O sucesso do Tamar rendeu-lhe prestígio internacional e garantiu convênios de intercâmbio e cooperação técnica com diversas entidades científicas como WWF (Fundo Mundial para a Natureza), Widecast (Conservation International, Wider Caribbean Sea Turtle Network) e University of Flórida, nos Estados Unidos e FZS (Frankfurt Zoological Society), na Alemanha. O trabalho do Tamar obedece a normas estabelecidas pela IUCN - União Internacional para Conservação da Natureza.
Para Guy Marcovaldi, coordenador nacional do Projeto Tamar, o mais importante "é que a tartaruga marinha, há 20 anos, era uma animal que se olhava e pensava em comer. Hoje, ela virou um símbolo brasileiro, de preservação da natureza e orgulho para muitas vilas que a protegem, como a Praia do Forte (BA), Comboios (ES) e outras tantas."
A PRIMEIRA SEMENTE
No final da década de 70, as tartarugas marinhas foram incluídas em uma lista do IBDF - Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal - de espécies ameaçadas de extinção. Esses animais estavam desaparecendo rapidamente devido à captura em atividades de pesca, matança das fêmeas e destruição dos ninhos nas praias. Em 1980, iniciou-se um levantamento da situação das tartarugas marinhas por toda a costa brasileira, através de entrevistas feitas com pescadores, moradores, prefeituras e universidades. O levantamento durou 2 anos e foi capaz de identificar os principais problemas relativos à sobrevivência, as espécies, os locais de desova e os períodos de reprodução. A partir de então, as bases de campo começaram a ser implantadas e hoje, elas somam 21 distribuidas em 8 Estados, divididas em: áreas de alimentação, onde as taratarugas crescem e se alimentam e onde o Tamar desenvolve programas de conservação, salvamento em artes de pesca e pesquisa; áreas de desova, onde são desenvolvidos trabalhos de conservação e pesquisa de espécies, e áreas mistas, onde ocorrem os dois casos anteriores. A base mãe e sede nacional do Projeto se encontram na Praia do Forte (BA).
Além dos programas de conservação, salvamento e pesquisa, o Tamar realiza trabalhos com as comunidades locais, envolvendo-as na conservação das espécies, através da educação ambiental, integração social, desenvolvimento de fontes alternativas de renda e incremento do turismo ecológico. O trabalho das comunidades foi fundamental para o sucesso do projeto e o caçador das tartarugas acabou se tornando um defensor. São cerca de 400 pessoas diretamente envolvidas, 80% delas pescadores e familiares.
Em seu terceiro ano, o TAMAR passou a ser patrocinado pela Petrobras, condição que matem até hoje. Em 1988, foi criada a Fundação Pró-Tamar, uma entidade sem fins lucrativos com a finalidade de apoiar, agilizar e possibiltar o desenvolvimento dos trabalhos de conservação das tartarugas marinhas, além de ser a responsável pela captação de recursos. Boa parte da renda, que é reinvestida nas atividades de conservação e educação ambiental, vem da venda dos produtos com a marca Tamar e do programa "Adote uma Tartaruga". Como exemplos de reivestimento, há, na Praia do Forte, a creche, que o Projeto ajuda a manter, para crianças da comunidade, e a Confecção Pró-Tamar que garante emprego para mulheres e jovens das comunidades de Regência (ES) e Pirambu (SE)
ANTIGAS HABITANTES DA TERRA
Presentes no platena há mais de 150 milhões de anos, as tartarugas marinhas resistiram a todas as grandes mudanças. Originalmente são animais terrestres e, ao irem para o mar, evoluiram, diferenciando-se de outros répteis. Das sete espécies existentes no mundo, cinco estão presentes no Brasil.
O período de repordução das tartarugas marinhas ocorre de setembro a março, no continente, e de dezembro a junho, nas ilhas oceânicas.
As maiores ameaças a estes animais são:
A iluminação das praias afugenta as tartarugas e desorienta os filhotes na direção contrária ao mar. A pesca da tartaruga é proibida por lei federal, mas muitas vezes, elas ficam presas nas redes de pesca e, sem poder vir à superfície para respirar, desmaiam. Ao retirá-las da água, o pescador se assustava e as jogava de volta e desta forma elas acabavam se afogando. Por isso, o Tamar desenvolveu a campanha educativa "Nem Tudo que Cai na Rede é Peixe", ensinando a reanimar as tartarugas, antes de devolvê-las ao mar. Além disso, o Tamar fiscaliza o arrasto de camarão, que é ilegal dentro das três milhas da costa. Antes do Tamar, as taratarugas eram caçadas para o consumo de sua carne e para o uso do casco na confecção de enfeites, pentes e armações de óculos. Seus ovos também eram usados como alimento. A caça e a coleta de ovos são proibidas pela Lei de Crimes Ambientais. O tráfego de pessoas e veículos na praia e de embarcações marítimas pode afugentar as fêmeas e destruir os ninhos. - A poluição das águas interfere na alimentação, locomoção e prejudica o ciclo de vida das tartarugas. O sombreamento nas praias, causado por construções ou plantações, diminui a temperatura média na areia e provoca um aumento no número de filhotes machos. Assim como os ninhos, os filhotes são bastante frágeis e vulneráveis a todo tipo de predadores.

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