PSICOLOGIA & ANIMAIS

>> domingo, 25 de janeiro de 2009

Animais de estimação e bebês - experiência pessoal de Ila Franco - presidente da AILA
Quando minha filha nasceu eu não cheguei a ficar no hospital nem a metade do tempo necessário, pois poucas horas depois do parto eu vi a enfermeira recolhendo o lixo do cesto do banheiro com as próprias mãos e em seguida trazer meu bebê para a sua primeira mamada. Com certeza, eu não tinha a menor vontade de continuar vendo aquilo para me chatear ainda mais. Resolvi agir. Amamentei meu bebê e a mesma enfermeira continuou com suas tarefas e, por fim, depositou o lixo em um saco grande, não lavou as mãos e pegou novamente meu bebe quando chegou a hora de leva-la de volta ao berçário.
Mas eu queria ficar com o meu bebê! Minha mãe e avó tinham chegado para ficar comigo e naquele momento estavam em casa organizando tudo. Quando lhes falei sobre a minha indignação à respeito dos acontecimentos, elas logo vieram para o hospital, preocupadas com o fato de que não nos deixariam ir logo para casa. Eu disse à elas para que se tranqüilizassem e deixassem que eu resolveria a situação.





Primeiro, minha mãe perguntou onde ela poderia por minhas duas Yorkshire Terrier ou se haveria alguém que pudesse cuidar delas por algum tempo. Tentei explicar que elas eram parte da nossa família e que permaneceriam conosco.
A tarefa coube a minha avó que sempre foi mais realista quando eu precisei de sua ajuda. Então minha mãe levou minhas duas cachorrinhas para um salão de beleza para tomar outro banho, apesar de eu ter lhes dado banho dois dias antes. Depois de instalados em casa, apresentei meus dois cachorrinhos, pondo um de cada vez no berço da minha filha. Ela arregalou os olhos, sorriu e ficou feliz. É claro que eu precisava ficar atenta para que ela não os ferisse com suas mãos e pernas ainda sem controle dos movimentos. Minha mãe sorria enquanto observava, ainda sem ter a certeza de que eu estava fazendo a coisa certa. Todos os dias eles tinham esses encontros, enquanto eu explicava à minha mãe que aqueles cãezinhos também eram bebês, porém com cabelo mais bonito. O fato deles não falarem a mesma língua que nós foi uma benção, pois eles jamais encheriam a cabecinha dela com besteiras e ainda a ensinariam o que é o amor incondicional, fidelidade, companheirismo, de maneira que nenhum "animal humano" poderia ensinar com tamanha pureza. Eles cresceram juntos, unidos, entretanto com a supervisão continua e ensinamentos sobre a forma de tratar outras espécies de forma racional e sensível como a si mesmo.
Minha filha cresceu, tornando-se uma jovem adorável, amorosa e sensível, alguém que tem infinitas responsabilidades com seus cães e amor e respeito especiais por todas as criaturas vivas. Com certeza eu não apregoo ser a merecedora de todos os créditos, mas agradeço aos animais que tornar o meu trabalho muito mais fácil. Dizem que criar uma criança desde o começo junto com animais traz imunidade contra doenças. Apesar de várias experiências, sou completamente crédula. Apesar das preocupações de minha mãe, ela testemunhou que eu nunca tive contas a pagar com médicos por causa da minha filha, exceto dentista, uma vez ao ano e um dermatologista, por três vezes, devido a uma erupção persistente e resistente a alguns medicamentos. Cansada da situação, minha filha buscou a solução em revistas e livros sobre alimentação, descobrindo o quanto o leite é cheio de antibióticos, hormônios, etc, podendo causar diversas doenças. Ela parou de tomar leite e a alergia desapareceu. É impressionante como velhos hábitos e propagandas podem agir como lavagem cerebral.
A chegada de algo novo sempre vira a casa pelo avesso, nos tornando negligentes até mesmo com o que nos era tão familiar, inlcuindo nossos animais de estimação. Os animais são sensíveis à qualquer mudança na rotina e qualquer deslize na atenção dos humanos pode ter conseqüencias devastadoras. Eles passam a solicitar mais atenção, até mesmo através de um comportamento negativo, fazendo coisas como mastigar coisas, morder, sujar a casa. Infelizmente esta é a época que os animais acabam indo, sem necessidade, para abrigos. Entretanto, com alguns ajustes na rotina, os animais acabam vendo o novo membro da família como uma adição ao grupo em vez de ameaça à sua antes feliz existência.
Quando estiver preparando o quarto do bebê, deixe que o animal acompanhe tudo. Minha amiga gata dormia no carrinho até a chegada do bebê, mas um dia encontrou seu cheiro e não quis mais ficar lá, depois disso. Junte os brinquedos com som e movimento e convide amigos que também tenham bebês para que seu animalzinho possa se familiarizar com eles.Falar da chegada do bebê de forma positiva com o animal é de grande ajuda, já que eles podem sentir a mudança. Ajuste e estabeleça a rotina de alimentar, passear e todas as atenções para com seu bichinho de modo que possa ser mantida depois da chegada do bebê, de forma positiva. Desta forma, as mudanças em seu padrão de conforto não serão associadas ao bebê.
Apresente seu animal de estimação ao bebê trazendo para casa um cobertor com seu cheiro e então, quando o trouxer para casa, dê um agrado ao animal na presença do bebê, sempre se lembre de dar mais um pouco mais de atenção à ele.
Um amigo costumava manter uma tigela com biscoitos caninos perto da porta e todos os convidados que apareciam para visitar bebê ofereciam como um agrado ao cão da família antes de entrar para conhecer a criança.
Leve em consideração os sentimentos do seu animal que está inseguro, curioso e até mesmo enciumado, ou seja, todos os sentimentos que os irmãos e irmãs mais velhos encaram nessa situação.
Não existe jeito melhor de uma criança aprender sobre compaixão, consciência, respeito e amor do que através de um animal de estimação, principalmente um que tenha acompanhado toda a sua história, desde o princípio.
Apesar do caos ser algo inevitável com a chegada do bebê, racionalizar, ter paciência e flexibilidade deverão acompanhar você durante todo o processo.

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