ASSIM SE TINGE O GELO

>> domingo, 26 de abril de 2009








Nesta temporada de caça às focas, o Canadá tem nova regra: é proibido tirar a pele do animal ainda vivo

Brandindo seu hakapik, o caçador se prepara para o golpe mortal, na costa gelada do Golfo de São Lourenço, no Canadá. O hakapik, invenção norueguesa, é um bastão de madeira com ponta de metal e gancho acoplado. A caça é um filhote de foca pequeno demais para fugir. A ponta de metal é para esmagar a cabeça do filhote; o gancho, para puxá-lo até perto do caçador, que vai remover sua pele e abandonar a carcaça ensanguentada no gelo. Está aberta oficialmente a temporada de caça às focas, que se estenderá pela costa leste na primavera canadense e ao final terá exterminado a pauladas, em questão de semanas, 338 200 animais, o teto estabelecido pelo Ministério da Pesca – 55 000 a mais que no ano passado. Sob o olhar horrorizado do mundo todo, o Canadá insiste em repetir a prática anual, que diz ser essencial para a manutenção da população de focas (hoje em 5,6 milhões) sob controle e para a existência de comunidades isoladas (cerca de 10 000 indivíduos) que vivem disso. E garante: o método é "humanitário"; uma nova regra proíbe até mesmo tirar a pele de animais que não estejam comprovadamente mortos. "A imagem que as pessoas têm é da foquinha branca levando um golpe na cabeça e tendo a pele removida ainda viva. Simplesmente não é verdade", afirma a ministra da Pesca, Gail Shea. Mas é, como mostram amplamente imagens e testemunhas, e provavelmente continuará a ser. Os Estados Unidos já proíbem a importação das peles e a Comunidade Europeia deve fazer o mesmo em breve, mas os maiores importadores – Rússia, China e Noruega – continuam fazendo fila para comprar. E o hakapik continua ganhando de 10 a zero das foquinhas brancas.

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