PROTEÇÃO DOS OCEANOS - ENTRE NESSA ONDA

>> sábado, 11 de abril de 2009


Com o objetivo de conhecer melhor a atual situação dos oceanos no Brasil, o Greenpeace selecionou e entrevistou 40 especialistas no assunto, entre membros do governo, representantes de ONGs e pesquisadores acadêmicos ligados ao tema em todo o país. Todos concordam num ponto: os desafios são muitos e urgentes.
Com base nas informações levantadas, o Greenpeace Brasil elaborou o relatório À Deriva - Um Panorama dos Mares Brasileiros, dividido em quatro temas prioritários: Áreas Marinhas Protegidas, Estoques Pesqueiros, Clima e Política Nacional.
Confira abaixo detalhes de cada capítulo.

MARES DESPROTEGIDOS
O mar quando quebra na praia é bonito, mas também poluído e degradado em termos de biodiversidade e recursos pesqueiros. Os oceanos, que cobrem mais de 70% da superfície do planeta e são fundamentais para o seu equilíbrio climático, estão agonizando em praia pública. E apesar de todos os sinais do iminente colapso, pouco ou nada se faz para evitar essa catástrofe.
A Organização das Nações Unidas (ONU) recomenda que, no curto e médio prazos, 20% dos oceanos sejam protegidos com a adoção de Áreas Marinhas Protegidas (AMPs), subindo para 30% no longo prazo. Devido ao estado precário dos mares, O Greenpeace defende uma proteção ainda maior - 40%, baseado em estudos realizados por renomados cientistas (link para o roadmap). No entanto, apenas 1% dos oceanos mundiais está protegido atualmente. No Brasil, a situação é ainda pior: 0,4% dos 4,3 milhões de quilômetros quadrados de mar sob jurisdição brasileira estão sob os cuidados de unidades de conservação federais.
Esse é o tamanho do nosso problema. Mas vamos encará-lo e, com sua ajuda, exigir soluções para resolvê-lo.
As Áreas Marinhas Protegidas (AMPs) são a melhor ferramenta para proteger a biodiversidade dos oceanos e garantir a reposição de seus estoques pesqueiros. Essa é a opinião dos especialistas que consultamos durante a elaboração do diagnóstico sobre a atual situação dos oceanos no Brasil. Com as AMPs, temos benefícios ecológicos e econômicos - daí a urgência para que elas sejam implementadas o quanto antes. Segundo a Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) da ONU, é preciso criar uma rede que inclua áreas altamente protegidas, com proibição da pesca, e outras (mais amplas) mais flexíveis, em que há o manejo sustentável dos recursos marinhos - tanto da pesca como do turismo.
Por isso é fundamental pressionarmos o governo brasileiro para que invista na criação de AMPs nos mares nacionais, implemente para valer e fiscalize as já criadas, e garanta recursos humanos e financeiros para a administração dessas unidades de conservação. E contamos com você para nos ajudar nessa luta! Acompanhe as novidades na página da campanha de Oceanos e participe de nossas atividades. Para que os oceanos continuem não apenas azuis, mas também sadios, limpos e sustentáveis!


ILUSÃO DA FARTURA INFINITA
A imensidão do mar sempre nos deu a sensação de que temos uma fonte inesgotável de comida logo ali, no litoral. Não é bem assim. Apenas 10% dos oceanos são produtivos em termos de pesca, os 90% restantes são quase desérticos. Mas ainda assim deles retiramos boa parte de nosso sustento alimentar. O problema é que tiramos e tiramos recursos do mar, sem dar tempo para ele se recompor. E de onde tudo se colhe e nada se planta, tudo pode acabar.
Segundo dados do governo brasileiro, 80% dos recursos marinhos brasileiros enfrentam problemas devido à exploração excessiva, sem critérios e, muitas vezes, irregular. Não à toa a produção de pescado no país cresce lentamente e, no caso de algumas espécies como a sardinha, tainha, camarão e corvina, chegou ao limite do colapso. Ou encontramos meios sustentáveis de exploração, ou vamos sentir saudades daquele peixinho frito dos fins de semana.
Outro problema sério da atividade pesqueira é a pesca incidental - o bycatch. Diversas espécies (tartarugas, golfinhos, albatrozes) são capturadas e mortas sem necessidade devido ao uso de redes de arrasto e outras técnicas ultrapassadas de pesca. É preciso um ordenamento sério e eficaz da atividade para evitar o bycatch, incluindo aí a conscientização dos empresários do setor e também dos pescadores de comunidades costeiras.
Com a campanha de Oceanos o Greenpeace quer colaborar para encontrar soluções viáveis e eficazes para essa crise pesqueira que ameaça a todos nós. Para isso é preciso, além de ordenar adequadamente a atividade pesqueira, incentivar a criação de mecanismos de certificação do pescado, desestimulando a captura ilegal; cobrar uma fiscalização eficiente da pesca; informar e conscientizar a população sobre o problema; e pressionar o governo para medidas sejam tomadas para evitar o colapso dos recursos pesqueiros nacionais.
Contamos com você para nos ajudar nessa luta! Acompanhe as novidades na página da campanha de Oceanos e participe de nossas atividades, garantindo assim a sustentabilidade dos nossos oceanos.


AMORTECEDOR CLIMÁTICO DO PLANETA
Não se fala de outra coisa: o aquecimento global está aí e tem causado inúmeros problemas no planeta. Mas o que não se comenta é o papel fundamental dos oceanos nessa história toda. São eles o grande amortecedor climático do planeta e vêm acomodando a variação da temperatura desde os tempos da Revolução Industrial (século 18). Mas para tudo há um limite e este chegou também para os oceanos.
Eles já estão absorvendo CO2 demais e segurando boa parte do calor produzido pelo homem no planeta. Agora a tendência é o mar, que cobre 71% da superfície da Terra, se expandir. Com isso, as áreas costeiras dos países, onde vivem boa parte da população mundial, estão sob grande risco de inundações - em alguns casos mais graves, até de desaparecer. A vida de milhões de pessoas está em xeque.
Ou redobramos nossa atenção e agimos o quanto antes para combater o aquecimento global ou teremos sérios problemas mais adiante com o aumento do nível do mar. Sim, porque os oceanos demoram a sentir os efeitos desse aquecimento mas, uma vez iniciados, são difíceis de serem parados.
O super-aquecimento dos mares não afetarão apenas as comunidades costeiras, mas também a fauna marinha, causando grandes impactos ambientais e socio-econômicos, com a significativa redução dos estoques pesqueiros. Além disso, há o risco de intensificação de eventos climáticos extremos, como furacões e enchentes.
No Brasil, a história não é diferente. São 42 milhões de brasileiros vivendo ao longo dos 8.698 quilômetros de costa e diretamente ameaçados por uma possível elevação dos mares. E temos que levar em conta ainda os custos econômicos que o problema geraria ao país com os danos causados às cidades litorâneas - cinco das quais metrópoles à beira-mar (Belém, Fortaleza, Recife, Rio de Janeiro e Salvador, onde vivem 22 milhões de pessoas).
O que podemos fazer para enfrentar esse problema? Muita coisa! Um pouquinho de ação de cada um já é uma enorme contribuição para frearmos o aquecimento global e evitar o aumento do nível do mar. E são muitas as frentes que exigem a nossa colaboração:
* Parar com a destruição das florestas;
* Troca da energia suja (petróleo, carvão, nuclear, grandes hidrelétricas) por energia limpa (solar, eólica, pequenas centrais hidrelétricas);
* Economia de energia;
* Mais transporte coletivo e bicicleta, menos automóveis;
* Evitar o desperdício de água;
* Sistemas eficientes de drenagem urbana, coleta e tratamento de esgoto;
* Uso racional de água e energia em residências;
* Recuperação de áreas verdes nas cidades e mata cilitar à beira de rios e nascentes;
* Comprar madeira certificada.

Mude o clima e evite o aumento de temperatura do planeta - e também dos mares!

PRIORIDADE NACIONAL
O Brasil tem uma Secretaria de Pesca (Seap), um Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), um Ministério do Meio Ambiente (MMA), a Marinha, mas... quem cuida do mar, afinal? Ninguém sabe, nem os integrantes dos órgãos citados. O descaso brasileiro em relação ao mar é por falta de uma organização na gestão, ausência de governança e falta de prioridade. São vários setores do governo cuidando da mesma questão e deixando várias outras à deriva.
E uma coisa puxa a outra: há confusão na hora de determinar quem cuida do que, no planejamento e, conseqüentemente, também na execução dos projetos. Com cada órgão puxando a sardinha pro seu lado, ninguém sai do lugar. Os oceanos precisam ser pensados de forma integrada, pois nenhuma das áreas a serem discutidas (pesca, poluição, ordenamento costeiro, reservas marinhas, turismo, extração mineral, entre outras) pode ser abordada isoladamente - uma influência a outra.
Some-se à confusão do governo a falta de informação por parte da população em relação à situação do mar, temos então a fórmula perfeita para a sua acelerada degradação. Segundo pesquisa do instituto Ipsos, feita a pedido do Greenpeace, os oceanos não estão entre as principais preocupações dos brasileiros em relação ao futuro do planeta - apenas 17% apontou a questão como prioridade.
Se a sociedade não vê os oceanos como prioridade nacional, como pressionar o governo para que resolva problemas sérios ligados ao colapso dos estoques pesqueiros ou implantação de áreas marinhas protegidas?
Esse é um dos motivos pelos quais o Greenpeace está lançando a campanha de Oceanos, para mostrar à população brasileira a importância do mar para a sociedade e para o planeta. Mais do que isso, temos que revelar a situação precária atual dos oceanos e quais os impactos diretos que isso tem para a vida das pessoas. Com a mobilização da opinião pública, temos então que pressionar o governo para a criação de uma política nacional de oceanos que aborde de maneira integrada as questões mais críticas, propondo soluções a partir do diálogo com os setores envolvidos.
Contamos com você para nos ajudar a fazer o governo tomar as medidas necessárias para salvar nossos oceanos. Acompanhe o noticiário de nossa campanha e participe das atividades propostas!


PROTEÇÃO DOS OCEANOS: ENTRE NESSA ONDA

Os oceanos estão em perigo e você pode ajudar a mudar essa realidade!


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